
O Ministério
Público Federal em Goiás (MPF-GO) e o Ministério Público de Goiás (MP-GO)
pediram à Justiça que decrete a dissolução da BBom e a devolução dinheiro
investidos pelos cerca de 200 a 300 mil revendedores do negócio, acusado de ser
uma pirâmide financeira. A suposta fraude é "mais abrangente" do que
a praticada pela Avestruz Master, que lesou 40 mil pessoas há cerca de oito
anos, diz a procuradora da República Mariane de Mello, uma das responsáveis
pela ação contra a BBom. Ela também atuou no caso das aves. "Mesmo tendo ficado
7 anos no mercado, a Avestruz Master arrebanhou 40 mil associados [ e
deu prejuízo de R$ 1 bilhão ]. A BBom, com três meses de atuação tinha
cerca de 300 mil associados e nós conseguimos bloquear R$ 300 milhões.
Proporcionalmente, a abrangência é muito maior", diz Mariane, em
entrevista ao iG. Desde julho, a BBom está impedida pela
Justiça de movimentar suas contas ou cadastrar novos integrantes. Em nota, a
empresa informou estar ciente de desenvolver "uma atividade econômica
lícita e regular" e que apresentará defesa contra os pedidos dos órgãos.
Ao mesmo tempo, diz o texto, a empresa tentará derrubar a liminar (decisão
temporária) que bloqueia suas atividades desde julho.
Rastreadores insuficientes
O pedido de
dissolução da BBom e de devolução das verbas foi feitos por meio de uma ação
civil pública (ACP) apresentada no fim da tarde de segunda-feira (5) à Justiça.
O documento propõe que sejam declarados nulos todos os contratos firmados pelas
empresas responsáveis pela marca – a Embrasystem e a BBrasil organizações e
métodos –, inclusive aqueles firmados pelos associados, como são chamados os
revendedores. A BBom é apresentada por seus responsáveis como um sistema de
marketing multinível pelo qual são comercializados os serviços de rastreamento
de veículos e de pessoas prestados pela Embrasystem. Os revendedores
(associados) eram atraídos para a rede com a promessa de lucros expressivos, e
tinham de pagar taxas de adesão que variam de R$ 600,00 a R$ 3 mil. Para o
MPF-GO e o MP-GO, a BBom é uma pirâmide financeira pois os lucros e
bonificações prometidos aos associados viriam das taxas de adesão, e não da
venda dos serviços de rastreamento. Segundo o texto da ação civil pública, a
BBom vendeu 1 milhão de rastreadores, mas adquiriu junto a fornecedores menos
de 90 mil aparelhos. O principal fornecedor, de acordo com o documento, vendeu
69.114 rastreadores à BBom. "A principal semelhança [ com a
Avestruz Master] é não ter o produto para entregar. A Avestruz Master
revendeu 600 mil aves mas só tinha 38 mil", diz Mariane. "A grande
maioria das pessoas que compram [ o rastreador da BBom ] não
tem interesse em receber. É igualzinho à Avestruz."(Blog Diniz K-9)
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