Um ano depois de arrecadar mais de R$ 100 mil pela
internet ao realizar uma campanha para fazer uma cirurgia de reconstrução no
rosto, o jovem Oziel de Oliveira, de 23 anos, morador de Lucas do Rio Verde,
cidade a 360 km de Cuiabá, declarou em entrevista ao G1 que o grande sonho
deverá se realizar somente em outubro. “Estou fazendo o tratamento e fiz os
procedimentos necessários durante esse tempo todo. Agora, a cirurgia que vai
poder melhorar a minha face está prevista para ocorrer em outubro”, disse.
O jovem precisa reconstruir o rosto, que foi
bastante afetado por um tumor na boca. O câncer foi diagnosticado quando ele
tinha 10 anos de idade e o tumor foi removido pelos médicos. No entanto, ele
perdeu os ossos e tecidos de toda a região bucal. Desde o ano passado, Oziel
foi para São Paulo, onde realiza periodicamente os exames e faz o tratamento em
um hospital particular. Há 10 dias, o jovem retornou para a cidade de Lucas do
Rio Verde e passou a morar com a mãe e a irmã.
“Vou ficar aqui [Lucas do Rio Verde] até a data de
voltar para o hospital em São Paulo, em outubro”, pontuou. Oziel conta que está
cumprindo a última etapa médica que é ter implantado nas costas um tubo de
silicone com a função de esticar a pele que, posteriormente, será retirada para
ser colocada no rosto. O procedimento já ocorre há oito meses.
Sob os cuidados da família, o jovem contou ainda
que enfrentou muitas dificuldades no período em que esteve na capital paulista.
Morou em casas de amigos e teve que se virar de muitas formas para obter
dinheiro. Nesse período a mãe de Oziel, Namir Oliveira, era quem acompanhava mais
de perto o filho no hospital e nos exames pré-cirurgia.
Trauma de sequestrado
Apesar da felicidade em estar perto da família,
Oziel relembra que foi em Lucas do Rio Verde que viveu os piores momentos da
vida. No dia no 24 de junho de 2012, ele foi sequestrado por criminosos que
pretendiam levar os R$ 100 mil arrecadados e passou uma noite em cativeiro,
amarrado, próximo a uma plantação de milho distante cerca de cinco quilômetros
do centro do município.
“Não ando sozinho. Não vou a todos os lugares. Na
verdade, não gosto nem de me lembrar daquele dia. Tenho medo, mas temos que
continuar vivendo, né”, avaliou ao frisar que mesmo com medo, o sequestro não
mudou em nada sua programação.
Sem poder trabalhar, o jovem ajuda
administrativamente a mãe e a irmã, que possuem um estabelecimento comercial na
cidade. (G1MT)
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