“Nós somos médicos por vocação,
não por dinheiro, não nos interessa o salário, fazemos o trabalho por amor.” A
afirmação é do médico cubano Nelson Rodriguez, 45 anos, que chegou neste sábado
(24), ao Recife, e logo foi questionado sobre o salário que receberá pela
atuação no Brasil através do programa Mais Médicos. A polêmica é que os
profissionais cubanos foram contratados coletivamente por meio de um acordo com
a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a quem o Brasil vai repassar a
remuneração individual mensal de R$ 10 mil. O dinheiro será encaminhado para o
governo caribenho, que será responsável por pagá-los, retendo uma parte não
informada.
Rodriguez faz parte do primeiro grupo de médicos cubanos que vai
trabalhar no Brasil. Eles chegaram no começo da tarde deste sábado (24) e, do
total de 206 profissionais que estavam no voo fretado vindo de Havana, 30
ficaram no Recife. Os demais seguiram para Brasília, onde devem aterrissar
no começo da noite. A aeronave pousou na capital pernambucana por volta das
14h30.
O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do
Ministério da Saúde, Mozart Sales, que recebeu o grupo que desembarcou no
Recife, afirmou não saber quanto dos R$ 10 mil ficará com os médicos e quanto
irá para o governo cubano. “Há uma perspectiva de outros convênios [de Cuba com
outros países], onde médicos cubanos ficam com 25% a 40% do salário e cada
profissional pode receber uma quantia diferente, dependendo do custo de vida do
local. Essa relação trabalhista é [responsabilidade] da Opas e do gorverno
cubano”, disse. O valor total do acordo com a Opas é de R$ 511 milhões até
fevereiro de 2014.
Perguntado sobre quanto ganha em Cuba, Rodriguez não informou
valor, apenas afirmou que era “suficiente”. O sistema de pagamento dos médicos cubanos
é diferente dos profissionais brasileiros e estrangeiros que se inscreveram de
forma avulsa no programa, que receberão o salário diretamente do governo
brasileiro. Além do salário, também serão fornecidos aos cubanos os demais
benefícios oferecidos a aprovados no Mais Médicos (auxílio-moradia e
alimentação), pagos pelas prefeituras que os receberão.
Fonte: G1 Pernambuco
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