O governo avalia a possibilidade
de um aumento dos combustíveis, mas a decisão sobre o momento e o porcentual de
reajuste depende do comportamento da inflação nos próximos meses.
No início
deste ano, o Banco Central previu alta de 5% para o preço da gasolina, mas a
desvalorização cambial dos últimos meses tornou defasada essa expectativa.
Nesta
sexta-feira (16), o Conselho de Administração da Petrobras se reúne, em São
Paulo, mas não foi confirmada a discussão sobre o aumento.
Do lado
do governo, a decisão sobre o reajuste da gasolina não está tomada.
Por isso
mesmo, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, rebateu na quinta-feira
(15), a necessidade de elevação dos preços recorrendo ao fato de que a
Petrobras apresentou um lucro superior a R$ 6 bilhões no segundo trimestre.
O maior
fator de risco para a inflação e para as contas da Petrobras é o câmbio, que
apresenta desvalorização de quase 15%, segundo estudos da equipe econômica.
Estaria, em tese, próximo ao nível de desvalorização de 20%, apontado pelo BC
como de efeito preocupante sobre a economia por causa do impacto estimado de 1
ponto porcentual na inflação. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o
presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, alertou para o fato de que uma
desvalorização de 20% do câmbio seria "um caminhão de inflação".
A
definição do porcentual para a alta da gasolina está diretamente relacionada
também ao efeito inflacionário da variação cambial. O BC tem administrado a
taxa de câmbio para evitar uma desvalorização acelerada, diante do movimento de
capitais no mercado internacional, que ainda reage ao ritmo dos Estados Unidos
para retirada dos estímulos monetários da economia norte americana.
Os estudos
técnicos procuram corrigir a discrepância de cenários, como o divulgado no
Relatório Trimestral de Inflação em 27 de junho. Nessa época, o BC estimava o
dólar a R$ 2,10 e a taxa de juros, a Selic, em 8% ao ano, em um texto que já
corrigia previsão de fim de março, quando o dólar estava a R$ 1,95 e a Selic,
em 7,25% ao ano. Atualmente, os juros estão em 8,5% e o câmbio, em R$ 2,34.
Na
quinta-feira, 16, os rumores de um reajuste de combustíveis continuaram
surgindo na Bolsa, e levaram os investidores, sobretudo estrangeiros, a comprar
papéis da Petrobrás. A ação ON teve alta de 5,89% e a PN, de 5,19%. Também
ontem o Bradesco revisou para cima sua projeção para a inflação deste ano 2013
0,15 ponto porcentual, de 5,75% para 5,9%. A elevação já considera um aumento
dos combustíveis. Colaboraram Cláudia VIOLANTE e Aline Bronzati. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
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