Serra
Talhada, no Sertão do Estado, se prepara para reaquecer a economia do algodão
no município, prejudicada em meados da década de 1980 pela praga do bicudo. A
retomada da cultura algodoeira na terra xaxado vem amparada por um projeto
ousado da Secretaria de Agricultura Familiar, que começa a trabalhar para que
Serra Talhada volte a ocupar o ranking de maior cidade produtora de algodão de
Pernambuco. Quem visitar o distrito de Santa Rita, na zona rural do município,
encontrará milhares de botões de algodão cortando a densa caatinga sertaneja.
São as primeiras sementes dando vida à roça do Projeto Aroeira, lançado pela
prefeitura há cerca de um mês.
Dos
anos de 1950 até o início de 1980, Serra Talhada figurava como um dos maiores
produtores de algodão aroeira do Estado. A cultura algodoeira movimentava a
economia da região e colocou a cidade em posição de destaque. “A partir de
meados de 1980 a praga do bicudo devastou boa parte da plantação de algodão do
Nordeste dando um abalo significativo na economia local, principalmente para
milhares de famílias de agricultores que tinha na atividade seu sustento”,
relembrou o secretário de Agricultura Familiar e também agricultor, José
Pereira. Ele foi uma das vítimas do bicudo na época e lança o Projeto Aroeira
acreditando de novo na potencialidade da região para o cultivo.
Mais
de 30 quilos de sementes já estão florando na fazenda Três Passagens, em Santa
Rita, lugar com solo apropriado e onde os agricultores se mostraram
interessados em contribuir com a iniciativa. O objetivo da prefeitura é
distribuir as sementes de algodão entre todos eles. Serão cerca de 200 famílias
beneficiadas. Até o início do próximo ano, a expectativa é de produzir até 2
toneladas para ser divida entre os produtores rurais serratalhadenses, que
receberão assistência técnica do governo para o cultivo e apoio para os
escoamento da produção.
Segundo
o prefeito do município, Luciano Duque, esse é um trabalho piloto que deve
crescer aos poucos. “Com o tempo, a demanda irá crescer também, junto com o
comércio incentivado pela retomada dessa cultura importantíssima para a região.
Chegará o tempo, e espero que seja ainda na minha gestão, que vamos resgatar a
nossa pujança algodoeira perdida diante da guerra contra a praga do bicudo há
décadas atrás”, comentou Duque, com otimismo.
O
Projeto Aroeira conta com a parceria dos agricultores de Santa Rita, que
disponibilizaram parte de suas terras para que a prefeitura pudesse dar início
aos primeiros plantios. “Nesse acordo, o governo terá a responsabilidade de
descaroçar todo o algodão que florescer e de fornecer assistência ao dono da
propriedade para manutenção do plantio. Sendo que a planta ficará para o
agricultor”, detalhou o secretário José Pereira.
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