A Justiça estadual concedeu ontem uma decisão que, apesar
do baixo valor envolvido no caso, chama a atenção por ser a primeira no Estado
e a segunda no País a beneficiar um investidor da Telexfree. A empresa está no
epicentro das investigações sobre pirâmides financeiras. O pernambucano Luiz
Fabiano da Cruz Fernandes conseguiu da Primeira Vara Cível da Comarca de
Caruaru uma liminar (decisão de caráter provisório) que determina a retirada de
R$ 2.561 da conta da empresa para o valor ficar à disposição do pernambucano.
Ainda não é devolução, mas ao menos garante que Luiz Fabiano tenha dinheiro a
reaver caso vença a ação em que pede devolução do investimento e danos morais.
Ter essa garantia parece pouco, mas um dos grandes
problemas das pirâmides é que nelas as pessoas perdem até 90% do que
investiram. A empresa atraiu 1 milhão de pessoas, que tomaram empréstimos e até
saíram do emprego pelo lucro alto e rápido.
Até ontem, apenas a Justiça de Mato Grosso havia
beneficiado um advogado, que investiu R$ 105 mil na Telexfree. Em Pernambuco,
no caso de outra acusada de ser uma pirâmide financeira, a BBom, um investidor
conseguiu bloquear R$ 150 mil.
São dezenas de empresas como
A Telexfree foi suspensa pela Justiça do Acre e a BBom
pela de Goiás. Muitas outras estão na mira do MP.
Na ação, Luiz Fabiano diz ter investido R$ 2.907 duas semanas antes da
paralisação da Telexfree, em 18 de junho. Diante de todas as incertezas do caso
e o risco de Luiz Fabiano perder tudo, o juiz da Primeira Vara Cível de
Caruaru, Brasílio Antônio Guerra, determinou que o dinheiro fique em uma conta
vinculada ao processo em Pernambuco.
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