A segunda Conferência Regional de Convivência com o
Semiárido, de um total de cinco que estão acontecendo nas regiões do Agreste e
Sertão de Pernambuco, ocorreu esta semana na capital do Xaxado, Sertão do Pajeú
do estado. As conferências têm como princípios definir diretrizes e ações para
o Plano Estadual de Convivência com o Semiárido.
O encontro reuniu representantes de 31 municípios de três
regiões de desenvolvimento (RDs) do estado: Sertão do Pajéu, Sertão de
Itaparica e Sertão do Moxotó, para discutirem as propostas e ações de
convivência a partir dos eixos temáticos da Política de Convivência com o
Semiárido, criada a partir da Lei Estadual 14.922. Tiveram presentes também
representantes da Articulação Semiárido de Pernambuco (ASA/PE), conselhos
municipais de desenvolvimento rural sustentável, associações, sindicatos e
movimentos sociais.
Para o secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Aldo
Santos, dos 184 municípios do estado de Pernambuco, 122 estão no Semiárido. Por
isso, se faz necessário estruturar melhor o Semiárido brasileiro, uma vez que,
é mais populoso do mundo. “A estiagem sempre virá, porém, passada a chuva,
teremos seca novamente, contudo, devemos apontar qual a melhor aptidão para a
convivência. Isso sem falar que o homem e a mulher do campo sejam favorecidos
com mais educação, saúde e água, como elemento de cidadania e de direito”,
alertou Aldo.
Representando as mulheres presentes na mesa e no
auditório, Célia Sousa, coordenadora da Casa da Mulher do Nordeste, o momento é
oportuno para discutir as políticas de convivência com o Semiárido que, de
fato, se concretizem, evitando a indústria da seca, favorecendo a venda de água
e provocando desgastes emocionais com carros pipa.
“Finalmente estamos abordando essa temática. Antes
falávamos que se combatia a seca, mas a seca é um fenômeno natural que sempre
existiu, por isso, não se combate, se convive. Para que possamos conviver com a
seca é preciso que tenhamos ações concretas que possam preparar a
população para o enfretamento”, explanou Célia.
Convidado a compor a mesa, o coordenador executivo da
ASA/PE, Manoel dos Anjos, ressaltou o momento histórico em que os participantes
estavam vivenciando. Isso porque os projetos estavam ganhando força e
realidade. “Participar de um Plano de Convivência, no qual as dificuldades são
apontadas por quem conhece a região é um marco. O papel da ASA-PE e sociedade
civil é acompanhar a execução desse plano, propostas de convivência do
Semiárido e não de combate à seca”, completou Manoel.
Agenda – Em
dezembro, nos dias 4 e 5 será a vez de Caruaru e Surubim, respectivamente. A
Conferência Estadual de Convivência com o Semiárido será realizada em Recife,
nos dias 09 e 10 de dezembro.
Promovidas pelo Governo do Estado, sob a coordenação da
Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (SARA), as conferências são
realizadas em parceria com a Fundação Avina, Articulação no Semiárido de
Pernambuco (ASA-PE), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Pernambuco (Fetape), Conselho Estadual de Desenvolvimento Sustentável (CDS-PE)
e Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).(Por Nill Júnior)
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