Superada
a greve que paralisou boa parte de suas atividades por 74 dias, e após a
revisão de projetos e a resolução de entraves em licenciamentos, o Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) lança nos próximos dias um
amplo pacote bilionário de obras rodoviárias em Pernambuco, Minas Gerais e na
Bahia, além da publicação dos editais para a licitação de quatro pontes no
Paraná, em Rondônia e no Pará.
Depois
das recentes concessões à iniciativa privada, o Dnit realizará, agora, a maior
parte das obras incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pelo
Regime Diferenciado de Contratações (RDC). “Vamos encurtar prazos e acelerar a
entrega das obras”, informou o diretor-geral do Dnit, general Jorge Fraxe, ao
jornal O Estado de S. Paulo.
A mais
vistosa é o chamado Arco Metropolitano do Recife, contorno rodoviário de quase
80 quilômetros. A obra, ainda no anteprojeto, tenta desafogar o pesado tráfego
na BR-101, que atravessa uma zona urbana densamente habitada. Quando pronta,
ligará o município de Igarassu, ao norte, até o complexo industrial do Porto de
Suape, ao sul do Recife.
“Vai ser
uma obra maravilhosa”, diz o general Fraxe. A obra, informou, deve custar “algo
em torno” de R$ 1 bilhão. “Um pouco mais, um pouco menos.” Isso porque o RDC
não prevê a divulgação dos valores exatos do orçamento. A definição do vencedor
ocorre pelo menor preço via propostas e ofertas públicas, normalmente com deságio.
DISPUTA -
A obra na BR-101 foi pivô de uma disputa de bastidores entre a presidente Dilma
Rousseff e o governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB). Em 2011, Campos
anunciou o arco como Parceria Público-Privada (PPP), encomendou estudos e
chegou a desapropriar 900 hectares na região. A Fiat apostou na obra ao
instalar-se no município de Goiana, quase na divisa norte com a Paraíba. Em
março, Dilma avisou que o governo federal faria o contorno estratégico para a
região metropolitana da capital.
Ambos venderam
a história como um entendimento entre União e Estado para fazê-la como obra
pública. As obras na BR-408, que dá acesso à Arena Pernambuco, foram lançadas e
vão terminar, segundo Fraxe.
RODOVIA
DA MORTE - O Dnit relançará, até dezembro, a licitação para a duplicação de
quatro trechos da BR-381, a chamada “rodovia da morte”, que liga Belo Horizonte
a Governador Valadares, no norte de Minas. Até aqui, o custo somou R$ 1,4
bilhão. Esses percursos não licitados registraram preço acima do máximo
calculado pelo Dnit. Como não houve negociação, ficaram para uma segunda
oferta.
A obra é
licitada no sistema RDC Integrado, que prevê desde a elaboração dos projetos
até a execução final. Assim, as empreiteiras têm de arcar com eventuais
aumentos de custos por erros no projeto e atrasos na entrega, algo comum em
licitações públicas até aqui.
Os lotes
que vão ao pregão são dois trechos entre Sabará e Santa Luzia e dois trechos
curtos próximos aos municípios de Jaguaraçu e Ribeirão Prainha, compostos por
vários túneis. A licitação de 7 dos 11 lotes foi concluída “há um mês”, segundo
o diretor do Dnit. “Agora, vamos lançar os quatro que faltaram.”
Na Bahia,
o Dnit prevê a licitação da duplicação da BR-101, cujas obras se aproximam da
divisa com Sergipe. E também o lançamento da duplicação do anel rodoviário da
BR-116 em Feira de Santana.
PONTES -
O pacote de obras também englobará a licitação de quatro pontes em regiões
diferentes do País. A primeira será a segunda ponte internacional em Foz do
Iguaçu. Outra ponte internacional ligará Guajará-Mirim à cidade boliviana de
Guayaramerin. As demais ficam na Região Norte do País. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Agência Estado
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