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sábado, 17 de janeiro de 2015

Carroças de tração animal ganham emplacamento no Sertão de Pernambuco

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Uma das cidades que mais cresce no interior do Nordeste, Petrolina (com mais de 300 mil habitantes segundo o IBGE) é destaque junto com outros municípios pela produção de vinhos no Vale do São Francisco. Carrega a fama de vender a melhor carne de bode da região. Esbanja carros de luxo e o trânsito é ordenado pela Empresa Petrolinense de Trânsito e Transportes Coletivos (EPTTC).
 
Um dos desafios da EPTCC é organizar o transporte por tração animal, as populares carroças. Em setembro passado a Prefeitura iniciou a campanha de emplacamento de mais 400 carroças, que passaram a ter que ter alvará de circulação. A meta do órgão é disciplinar as carroças em trânsito na área urbana e rural. Alguns carroceiros aprovaram, outros torceram o nariz. Independentemente de todo o processo, as carroças fazem parte da cultura e da história do município há mais de um século.
 
Há carroceiros que se comportam como profissionais e são reconhecidos na comunidade. Esses são unânimes na luta em defesa dos animais que, muitas vezes, são maltratadas nas ruas ou até abandonados. Entre os carroceiros da área urbana, João Avelar de Souza, 65, se considera um dos mais antigos. Marchante, ele conta que desde os 15 anos, órfão de pai, passou a ter usar carroças para ajudar a mãe e irmãos. Nessa época, atravessava muito a ponte para Juazeiro (BA) para fazer entregas e arrumar fretes. Sua burra sem nome tem 14 anos e é cuidada com esmero.
 
“Está cada dia mais difícil andar no trânsito porque os motoristas acham que estamos atrapalhando e acabam xingando. Os piores são os motoqueiros. Mas há gente educada como um motorista que certa vez parou o carro atrás e pediu que seguisse devagar, sem ter de bater o chicote", conta seu João. Quando ele não está transportando carne para a feira da Areia Branca, usa a carroça para fretes. 
 
Só reclama que sua burra dá muito trabalho porque “quer comer tudo que encontra, é muito faminta”. Ele se diz defensor dos animais, evita maltratá-la e faz de tudo para que ela coma capim e milho que, segundo ele, tem mais nutrientes. Sobre o emplacamento da carroça (CDR 7385), diz que já fez por uma questão do controle no trânsito. “Mas a falta de respeito nas ruas é grande”.(Penoticias)

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