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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Pernambuco é o estado no Nordeste com mais evangélicos na Comissão de direitos humanos


No que se refere à religião, Pernambuco está bem representado na comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Dos nove estados da região Nordeste, Pernambuco alcança o primeiro lugar sem esforços, com quase toda bancada evangélica presente na composição da pasta. No total de cinco titulares, dois são do segmento religioso, sendo um o vice-presidente, que provavelmente assumirá a presidência no próximo biênio. A Bahia vem em segundo lugar com duas representações num contingente de oito parlamentares, enquanto a Paraíba aparece em terceiro com duas representações, mas com um total de dez titulares.

É evidente o interesse destes setores na condução dos Direitos Humanos dentro do poder Legislativo e os embates têm sido cada vez mais frequentes, principalmente quando tratam de temas polêmicos e ainda, infelizmente, considerados tabus para sociedade, como a garantia dos direitos dos LGBTS.      

Segundo o professor e cientista político, Manoel Moraes, não há “ilegitimidade” no interesse dos grupos religiosos. Na composição das pastas os líderes dividem proporcionalmente as suas bancadas e os partidos orientam quais comissões são de maior interesse aos parlamentares enquanto bancada. Tem a ver com o “perfil parlamentar”.

Contudo, Manoel afirma que há um confronto de objetivos entre a agenda dos setores religiosos e a agenda dos direitos humanos acordada através dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos.

“O Brasil tem avançado, desde a Constituição de 1988, numa pauta de garantia dos Direitos Humanos, que envolve as minorias mais vulneráveis, como o enfrentamento a homofobia, a questão da mulher e o aborto, que se trata de saúde pública. É uma compreensão distorcida (do segmento religioso) de que essas pautas vão botar a família em risco. Mas a família não é ameaçada, na verdade, hoje a família é entendida mais como um vínculo afetivo e não biológico", afirma Manoel.

Ele ainda ressalta que um dos princípios básicos da democracia “é a garantia dos direitos das minorias” e quando esses direitos são cerceados dentro do parlamento a democracia se torna “fragilizada”. A informação é do Diário de Pernambuco.

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