A presidente Dilma deu posse, há pouco, ao ex-presidente Lula na Chefia da Casa Civil. Em sua fala, afirmou que "não há justiça quando as leis são desrespeitadas, a Constituição aviltada. Não há Justiça para os cidadãos quando as garantias constitucionais da própria presidência da república são violadas"; "Se se fere a prerrogativa da presidência da República, o que se fará com os cidadãos?", questionou.
Sobre o grampo divulgado
ontem pelo juiz Sérgio Moro, declarou: "Nós queremos saber quem o
autorizou, por que o autorizou e por que foi divulgado sem que se tivesse nada
que pudesse levantar qualquer suspeita sobre seu caráter republicano";
Dilma denunciou ainda a "interpretação desvirtuada" da gravação e
ressaltou que "investigações baseadas em grampos ilegais não favorecem a
democracia nesse país"; "Convulsionar a sociedade brasileira em cima
de inverdades, de métodos escusos, viola princípios e garantias
constitucionais, os direitos dos cidadãos e abre precedentes gravíssimos. Os
golpes começam assim"
Ela também deu posse a
Jaques Wagner como ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da
República e a Eugênio José Guilherme de Aragão, como novo ministro da
Justiça. Lula substitui Wagner na Casa Civil. Aragão assume o cargo em
substituição a Wellington César Lima e Silva, que pediu exoneração na última
terça-feira (15). Aragão é subprocurador-geral da República desde 2004.
Na semana passada, o
Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que Wellington deveria deixar o posto em
até 20 dias após a publicação da ata do julgamento. Os ministros da Corte
decidiram que Wellington não pode chefiar a pasta já que tem cargo vitalício de
procurador do Ministério Público da Bahia.
Manifestação
Quando Lula e Dilma
chegaram ao Salão Nobre no Palácio do Planalto, foram ovacionados pelos
convidados, em sua maioria composta por representantes de movimentos sociais e
sindicalistas. Eles gritaram "Lula lá" e "Não vai ter
golpe". Aos gritos de "Não vai ter golpe", manifestantes a
favor de Dilma e Lula estão concentrados em frente ao Palácio do Planalto, que
está com a segurança reforçada por soldados da Polícia Militar e da Polícia do
Exército.
Ontem à tarde e à noite,
manifestações contra Dilma, Lula e o PT ocorreram em vários estados do país. Em
Brasília, eles se concentraram na Praça dos Três Poderes em frente ao Palácio
do Planalto e depois em frente ao Congresso.
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