Blog do Magno
Documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Lava Jato, realizada há um mês, foram divulgados, ontem, pelo juiz Sérgio Moro. Os arquivos listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos. Entre os nomes citados, os pernambucanos: Raul Jungmann (PPS), Bruno Araújo (PSDB), Daniel Coelho (PSDB), Mendonça Filho (DEM), Humberto Costa (PT), Armando Monteiro Neto (PTB), Elias Gomes (PSDB), Geraldo Júlio (PSB), Jarbas Vasconcelos Filho (PMDB), o ex-governador do Estado Eduardo Campos e o ex-deputado federal Pedro Eugênio (PT), ambos já falecidos.
Os documentos relacionam
nomes da oposição e do governo, mas não podem ser considerados como prova de
que houve dinheiro de caixa 2 da empreiteira para os citados. São indícios que
serão esclarecidos no curso das investigações da Lava Jato. É o mais completo
acervo do que pode ser a contabilidade paralela descoberta e revelada ontem
pela força-tarefa da Operação Lava Jato.
As planilhas estavam com
Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido
no mundo empresarial como “BJ''. Como eram de uma operação de 1 mês atrás e só
foram divulgados públicos ontem pelo juiz federal Sérgio Moro, os documentos
acabaram não sendo mencionados no noticiário sobre a Lava Jato.
A maior parte do
material é formada por tabelas com menções a políticos e a partidos. Várias
dessas planilhas trazem nomes, cargos, partidos, valores recebidos e até
apelidos atribuídos aos políticos.
Algumas tabelas parecem
fazer menção a doações de campanha registradas no TSE. Há CNPJs e números de
contas usadas pelos partidos em 2010, por exemplo.
Parte significativa da
contabilidade se refere à campanha eleitoral de 2012, quando foram eleitos
prefeitos e vereadores. As informações declaradas no SPCE (Sistema de Prestação
de Contas Eleitorais, do TSE) desse ano não correspondem às dispostas nas
tabelas. Na planilha acima, por exemplo, as siglas OTP e FOZ aparecem
assinaladas ao lado de diversos candidatos, mas nem Odebrecht TransPort nem
Odebrecht Ambiental (Foz do Brasil) realizaram doações registradas naquela
eleição.
Em 2012, a Construtora
Norberto Odebrecht doou R$ 25.490.000 para partidos e comitês de campanha e
apenas R$50 mil para uma candidatura em particular –a de Luiz Marinho,
candidato do PT à prefeitura de São Bernardo do Campo (SP).
Em 2014, a soma de
doações da construtora foi de R$ 48.478.100, divididos entre candidaturas
individuais e comitês dos partidos. Em 2010, o total foi de R$ 5,9 milhões,
apenas para partidos e comitês de campanha.
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