Estadão Conteúdo
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, atacou o Irã neste domingo (15), por ser palco de um concurso de cartoons sobre o Holocausto. Ele disse que a República Islâmica estava ocupada planejando outro.
O Irã há muito tempo tem
apoiado grupos armados comprometidos com a destruição e de Israel e seus
líderes tem pedido que o país seja varrido do mapa. Israel teme que o programa
nuclear iraniano seja projetado para ameaçar sua própria existência.
Netanyahu disse que
Israel se opõe não apenas às políticas beligerantes do Irã, mas a seus valores.
"Ele nega o Holocausto, zomba do Holocausto e também está preparando outro
Holocausto", disse o primeiro-ministro em sua reunião semanal de gabinete.
"Acho que todos os países do mundo devem se levantar e condenar
isso."
O porta-voz do
Departamento de Estado norte-americano, Mark Toner, viajando com o secretário
de Estado, John Kerry, à Arábia Saudita, disse que os Estados Unidos estavam
preocupados que o concurso pudesse "ser usado como uma plataforma para a
negação do Holocausto e o revisionismo e agravar o discurso antissemita, como
ocorreu no passado".
"Esse discurso
ofensivo deve ser condenado pelas autoridades e líderes da sociedade civil, em
vez de encorajado. Denunciamos qualquer negação do Holocausto e a banalização
como inflamatória e abominável. É um insulto à memória dos milhões de pessoas
que morreram no Holocausto", disse Toner.
A negação ou
questionamento do genocídio é generalizada no Oriente Médio, onde muitos o
consideram um pretexto usado por Israel para sua criação e para desculpar suas
ações em relação aos palestinos.
"Holocausto
significa assassinato em massa", disse o organizador do concurso, Masuod
Shojai Tabatabaei. "Estamos testemunhando as maiores matanças pelo regime
sionista em Gaza e na Palestina."
Ele disse que o objetivo
do evento em Teerã não era negar o Holocausto, mas
criticar supostos duplos
padrões ocidentais sobre liberdade de expressão, e, particularmente, uma
resposta a representações do profeta Maomé pela revista satírica francesa
Charlie Hebdo e outras publicações.
A exposição contou com
cerca de 150 obras de 50 países, muitas retratando Israel como usando o
Holocausto para se desviar do sofrimento dos palestinos. Outras representavam
prisioneiros palestinos atrás do arame farpado no estilo das cercas dos campos
de concentração, Netanyahu assemelhado ao líder nazista Adolf Hitler e uma
mesquita de Jerusalém atrás de um portão mostrando o lema "Arbeit Macht
Frei", colocado na entrada para o campo de extermínio de Auschwitz.
O concurso foi
organizado por entidades não-governamentais com forte apoio do governo
linha-dura do Irã. Um concurso anterior, de 2006, ganhou impulso do então
presidente Mahmoud Ahmadinejad, um linha-dura que se refere ao Holocausto como
um "mito" e que repetidamente previu a morte de Israel.
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