A delegação brasileira
que vai disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro tem 47 homens a mais do
que mulheres. Então, nada mais justo que, na edição em que a participação
feminina bateu recorde, uma mulher entre no estádio do Maracanã com a bandeira do
Brasil na cerimônia de abertura.
A escolhida foi Yane
Marques, medalhista de bronze do pentatlo moderno, em Londres-2012, escolhida
com 49% em votação popular realizada pela Globo, com anúncio no Fantástico.
Bateu dois atletas com currículos muito maiores. Robert Scheidt (11%), da vela,
é bicampeão olímpico e tem 11 títulos mundiais. Escadinha (40%), líbero da
seleção brasileira de vôlei, tem três medalhas olímpicas e três títulos
mundiais.
“Foram algumas
surpresas: primeiro a indicação, depois o resultado. Não esperava (ser
escolhida), não”, afirmou Yane Marques ao “Fantástico”. “Concorrer com essas
duas feras, que eu sou fã e admiro demais… Estou transbordando alegria”.
Yane tem só um bronze. É
a primeira porta-bandeira do Brasil que não é campeã olímpica desde 1988,
quando judoca Walter Carmona, bronze em 1984, recebeu a honra. A pentatleta era
minoria já entre os três escolhidos para a votação. Ao ganhar, se junta a
outras. É só a segunda mulher a levar a bandeira brasileira na abertura dos
Jogos. A primeira foi Sandra Pires, do vôlei, em Sydney-2000. Ela foi a
primeira brasileira campeã olímpica, em Atlanta-1996.
“Representa muito (ser a
segunda mulher porta-bandeira). Carregar a bandeira já é uma situação honrosa.
Todo mundo lhe assistindo. Quero ser uma porta-bandeira muito alegre e uma
porta-voz desse sentimento de que através do esporte o país pode se unir mais”,
afirmou.
E é nordestina. Vinda de
Afogados da Ingazeira, ela é apenas a segunda representante da região desde
1920 a receber a honraria. O primeiro foi Antônio Lira, nascido em João Pessoa,
na Paraíba. Atleta do arremesso de peso, ele foi a duas Olimpíadas, em 1932 e
1936, sem fazer nenhum arremesso válido.
Lira era atleta do
exército. Depois de deixar o esporte, virou general. Yane também é militar. Ela
é uma pentatleta de laboratório, criada em 2007 em um projeto do Exército para
formar atletas da modalidade para os Jogos Pan-Americanos. A coisa funcionou
bem. Ela foi ouro no Pan. Já era um espanto. Cinco anos depois, ganhou a
medalha de bronze em Londres-2012. Agora, no Rio, tenta voltar a surpreender.
Fonte: Uol
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