Edital diz que Mendonça
Filho precisa de conforto e refeições nos voos como forma de “aumentar a
eficiência” das viagens a trabalho
Devido as pressões pelas
ocupações de escolas e as fraudes no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), o
Ministério da Educação planeja “aumentar a eficiência” do seu representante, o
ministro Mendonça Filho (DEM), com gastos de até R$ 198 mil por ano para que
ele e a equipe da pasta possam lanchar enquanto voam nos jatinhos da Força
Aérea Brasileira (FAB).
Na semana passada, de
acordo com a revista Época, o MEC divulgou um edital de licitação para fornecer
serviços de alimentação, 24 horas por dia, sete dias por semana, nos voos do
parlamentar.
Segundo o documento, o
“conforto” precisa ser maior nos voos: “Esta contratação tem como objetivo
possibilitar ao MEC viagens aéreas mais confortáveis e com recursos próprios
quando da utilização em aeronaves, prover também alimentação e serviços de
bordo às aeronaves que atendem ao Senhor Ministro da Educação”. No mês de
dezembro deve ocorrer o pregão.
O edital aponta que o
fornecimento de comida ao ministro é uma forma de fazer o MEC cumprir sua
“função institucional”.
“Na dinâmica das viagens
de avião, existe um momento que cabe o fornecimento de refeições para o Senhor
Ministro e sua comitiva e que este fornecimento proporciona diversas vantagens
como tranquilidade, menor nível de estresse, disponibilização de boas condições
de trabalho, fornecimento de água, dentre outras vantagens onde também sabe-se
que no transcurso do voo não se tem como adquirir alimentos e bebidas pois são
aeronaves de uso restrito, daí a contratação de empresa especializada nestes
serviços aeroviários é uma maneira de cumprir as funções institucionais.”
Tudo parece fazer
sentido, não considerando que ministros e servidores já têm direito a diárias
quando viajam, incluindo valores para alimentação. A diária para ministros pode
ser de até R$ 580. Desde julho, Mendonça Filho já recebeu R$ 10 mil.
O valor de R$ 200 mil é
uma estimativa para garantir que dez pessoas possam acompanhar o ministro e,
junto com ele, almoçar, jantar, lanchar ou tomar café da manhã.
O MEC acredita que as
viagens, assim, ganharão eficiência. “O presente processo permitirá um aumento
na eficiência do atendimento ao Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da
Educação durante as viagens nacionais iniciadas no Aeroporto Internacional de
Brasília, atendendo assim às regiões mais remotas do Brasil.”
Existe ainda uma
curiosidade no edital. Apesar de falar em “regiões remotas”, o documento
elenca as últimas viagens de Mendonça Filho, que foram 28 entre maio e outubro
– 20 foram capitais.
Em detalhes, para chegar
aos R$ 198 mil de referência, o MEC calcula até 198 viagens com dez pessoas,
com custo estimado de R$ 100 por pessoa. O termo de referência prevê bandejas
de frutas a R$ 119 e refeições a R$ 54, incluindo saladas (o MEC sugere caprese
ou de macarrão), prato principal (carne, frango ou até frutos do mar) e
sobremesas (pudim, musse e tortas). (Blog do Didi Galvão)
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