Léo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil
A Secretaria de Saúde de
Minas Gerais (SES-MG) apresentou novo boletim epidemiológico nesta
segunda-feira (23) atualizando os dados referentes à febre amarela no estado. O
número de mortes confirmadas chegou à 32, sete a mais do que o registrado na
última divulgação, na sexta-feira (20).
Os óbitos confirmados
ocorreram em 14 municípios. Outras 51 mortes suspeitas seguem em análise. Ao
todo, Minas Gerais já soma 391 notificações, das quais 58 tiveram confirmação.
Os casos e mortes são considerados confirmados quando o paciente apresenta exame
positivo para febre amarela, exame negativo para dengue, exame que aponta
disfunção renal, falta ou desconhecimento da vacinação, além dos sintomas
compatíveis com a doença.
Na última quinta-feira
(19), o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, disse à
imprensa que o surto já é o maior
registrado em Minas Gerais. "Nós tivemos dois grandes surtos em
1999 e 2000. Tivemos também um surto localizado em Ubá e na região centro-oeste
do estado em 2010. Mas, este ano já supera tanto em número de casos, como de
municípios e de mortes”.
Desde que o número de
casos suspeitos começou a crescer, o governo do estado adotou diversas medidas.
No início do mês, o governador mineiro Fernando Pimentel anunciou um
investimento de R$26 milhões para
o combate da doença, além de decretar
situação de emergência em saúde pública numa área de
abrangência que inclui 152 municípios. A medida permite agilizar processos
administrativos para aquisição de insumos e contratação de serviços e
funcionários temporários.
O estado também preparou
o Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, para receber pacientes com
suspeita de febre amarela. Foram reservados 42 leitos, sendo 32 de enfermaria e
10 de Centro de Terapia Intensiva (CTI). Outros 9 leitos de CTU estão sendo
equipados para também integrar este atendimento. Embora Belo Horizonte não
possua nenhum caso suspeito, há pessoas infectadas no interior se deslocando à
capital.
Atualmente, estão
internados no Hospital Eduardo de Menezes 21 pessoas com suspeita de febre
amarela, sendo quatro no CTI. Além disso, outros 15 pacientes que passaram por
lá já receberam alta.
Intensificação vacinal
A febre amarela é
causada por um vírus da família Flaviviridae e ocorre em alguns
países da América do Sul, América Central e África. No meio rural e silvestre,
ela é transmitida pelo mosquitoHaemagogus. Já em área urbana, o vetor é o Aedes
aegypti, o mesmo da dengue, do vírus Zika e da febre chikungunya. Segundo
o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em
áreas urbanas desde 1942. A SES-MG considera que nenhum dos casos suspeitos no
estado são urbanos.
A principal medida de
combate à doença é a vacinação da população. O imunizante é ofertado
gratuitamente nos postos de saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A
aplicação ocorre em dose única, devendo ser reforçada após 10 anos. No caso de
crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos nove
meses e um reforço aos 4 anos.
A SES-MG informa que o
estado está abastecido e que faltas nos postos de saúde serão pontuais e
temporárias, quando a demanda no local for superior à capacidade de
armazenamento. A orientação do órgão é para que os municípios na região
atingida realizem uma intensificação vacinal, ampliando o horário de
funcionamento das unidades de saúde, inclusive, nos finais de semana.
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