Marisa Letícia Lula da Silva foi velada neste sábado (4) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Uma multidão compareceu ao local para levar solidariedade a Lula e familiares. O ex-presidente, muito emocionado, agradeceu a todos os presentes e falou um pouco sobre seu casamento com Marisa.
Lula ressaltou o papel que o Sindicato dos Metalúrgicos
representou em sua vida. “Minha vida não seria um décimo do que é se não fosse
esse sindicato. Vocês não têm ideia da representatividade que esse espaço tem
na minha vida. Aqui eu aprendi a falar, perdi o medo do microfone. Aqui nós
decidimos combater a ditadura militar, aqui nós criamos um novo sindicalismo,
aqui pensamos em criar a CUT, em criar o PT, pensamos em fazer todas greves
dessa categoria. E a partir daqui saiu a inspiração para que muitos sindicatos,
se transformassem em sindicatos combativos.”
E o mais importante, segundo Lula, foi na sede do
sindicato que ele conheceu Marisa. “Aqui viemos com nossos filhos. A Marisa
sustentou a barra para que eu me transformasse o que sou hoje. Costumo dizer
que sou o resultado da consciência política dos trabalhadores brasileiros, das
greves, mas também resultado de uma menina que parecia frágil, que me deu a
garantia, ela segurava a barra”, destacou.
Segundo Lula, por causa de sua luta no sindicato, na CUT,
no PT, quem criou os filhos foi Marisa. “Tivemos uma vida de muita compreensão.
O casamento é um exercício de democracia, no casamento você aprende a ceder. Se
não tiver a paciência de ceder a toda hora um para o outro o casamento não
dura. Nunca brigamos, eu já brigava muito no PT, no sindicato.”
O ex-presidente ainda lembrou quando foi eleito pela
primeira vez e se especulavam cargos para a primeira dama. “A gente sentava, jantava,
conversava, discutia. Ela tinha muito mais importância que os ministros. Ela me
dizia sempre: nunca se esqueça de onde você veio e pra onde você vai governar.
A gente não pode fazer nada que a gente não fazia quando você não era
presidente. Não podemos ter um padrão de vida melhor do que a gente tinha”,
dizia Marisa, segundo Lula.
“Vou continuar agradecendo a Marisa até o dia em que eu
morrer. Espero encontrar com ela quando eu morrer com esse mesmo vestido
vermelho, pra mostrar que a gente não tinha medo do vermelho”, disse. “Lembro
das crianças dormindo no chão da Praça da Matriz e a Marisa e outras
companheiras vendendo camiseta para construir um partido que a direita quer
destruir”, declarou.
“Marisa morreu triste. Acho que vou viver muito porque eu
quero provar que os facínoras que levantaram leviandade contra a Marisa tenham
algum dia a humildade de pedir desculpa. Se alguém tem medo de ser preso, este
que está enterrando sua mulher hoje, não tem. Tenho a consciência tranquila.
Não sou eu que tenho que provar que sou inocente, eles que tem que provar que
as mentiras que estão contando são verdades. Descanse em paz, porque seu
Lulinha paz e amor vai continuar brigando muito”, concluiu Lula.
Com informações do Blog 247
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