Desde de sexta-feira (03), ganha as ruas a 5ª edição da campanha “Sou Uma Mulher de Coragem”, promovida pela Diaconia junto a igrejas, organizações parceiras, grupos ecumênicos e de mulheres. Como o tema “Vou às ruas defender direitos”, a campanha pretende sensibilizar, despertar e motivar mulheres de Igrejas a ocuparem espaços públicos de reivindicação e decisão, na garantia de direitos e na denúncia de violências.
Este ano, a campanha se
desenvolve em meio a mudanças nos contextos político e econômico no Brasil e no
mundo, que têm trazido ameaças de perdas de direitos, principalmente aos
segmentos mais desassistidos da sociedade, e dentre estes, as mulheres da cidade
e do campo. A campanha realizará visitas a templos de diversas denominações e
espaços públicos, nas áreas de abrangência da Diaconia, se adaptando às
realidades das violações de direitos em cada região.
Embora muitos avanços
tenham sido alcançados com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), ainda
assim, são contabilizados 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, número que
coloca o Brasil no 5º lugar no ranking de países nesse tipo de crime. Segundo o
Mapa da Violência 2015, 50,3% dos casos de assassinatos contra mulheres foram
cometidos por familiares, em sua maioria parceiros ou ex-parceiros. Muitas
delas ainda convivem com o agressor, pela dependência econômica, de moradia
e/ou a ausência de estruturas de acolhimento às vítimas.
Nas comunidades rurais
do Semiárido, o tema em pauta são as ameaças aos direitos trabalhistas e
previdenciários, principalmente de agricultoras e agricultores, a partir da
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que pretende, na prática,
modificar o cálculo e pressionar trabalhadores e trabalhadoras a contribuírem
mais tempo para aumentar o valor a receber na aposentadoria.: “As medidas
previstas atingem principalmente as mulheres das comunidades, em sua maioria
com menos condições de contribuir. No campo, elas enfrentam também condições
mais insalubres, num trabalho que depende das condições climáticas, além de
possuírem uma dupla jornada de trabalho. Um dos temores é o do êxodo rural e a
maior desvalorização do trabalho no campo”, afirma o assessor no Sertão do Pajeú,
Afonso Cavalcanti.
Em cada espaço visitado,
haverá breves debates sobre temas como violência doméstica e sexual, além das
propostas de reforma da Previdência Social. As mulheres também irão produzir
vídeos curtos, além de “saírem às ruas”, com ações de panfletagem no trânsito
próximo a igrejas e locais de circulação pública.
Ao longo do mês, serão
divulgadas as principais atividades da campanha. Mais informações, no site da
Diaconia: www.diaconia.org.br.
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