Agencia Brasil
O diretor do Serviço Europeu de Polícia (Europol), Rob
Wainwright, declarou neste domingo que o ciberataque em massa da última
sexta-feira (12) já deixou 200 mil vítimas em "pelo menos 150 países"
e advertiu que o número de atingidos continuará crescendo a partir de amanhã
(15). As informações são da agência de notícias EFE.
Em declarações à emissora britânica ITV, Wainwright
advertiu que o vírus continuará se propagando "quando as pessoas voltarem
ao trabalho e ligarem seus computadores a partir de segunda-feira".
O software malicioso que se propagou na
sexta-feira bloqueou os computadores em numerosos centros de saúde no Reino
Unido, bem como em empresas e órgãos públicos na Espanha, França, Alemanha e
Rússia, entre outros países. "Fazemos cerca de 200 operações globais por
ano contra o crime cibernético, mas nunca vimos nada como isto", disse
Wainwright.
O responsável da Europol alertou que o setor de saúde
está especialmente exposto a ataques similares, e recomendou que todas as
organizações deem prioridade a medidas para proteger seus sistemas e atualizem
as versões do software com o qual trabalham. "Advertimos já há
algum tempo que o setor de saúde em muitos países é particularmente vulnerável
e é responsável por processar uma grande quantidade de informação
sensível", detalhou o diretor da Europol.
Este último ciberataque em grande escala "serve para
enviar uma mensagem muito clara: todos os setores são vulneráveis e devem levar
absolutamente a sério a necessidade de funcionar com sistemas atualizados e
instalar todas as atualizações disponíveis", disse Wainwright.
O chefe da Europol citou os bancos como um setor de
referência, que aprendeu a lidar com as ameaças cibernéticas. "Poucos
bancos na Europa, se é que houve algum, foram afetados por este ataque, porque
aprenderam a partir da dolorosa experiência de serem o alvo número 1 do
cibercrime", disse o funcionário britânico.
O diretor do Serviço Europeu de Polícia indicou que os
investigadores trabalham com a hipótese de que o ataque de sexta-feira foi
cometido por criminosos, não por terroristas, e assegurou que os responsáveis
receberam uma quantidade "notavelmente baixa" de pagamentos em
conceito de recompensa para desbloquearem os computadores.
As vítimas do ciberataque viram que suas máquinas ficaram
bloqueados e que os hackers pediam um resgate em moeda digital, o
'Bitcoin', para que pudessem recuperar seus arquivos.
A ministra do Interior do Reino Unido, Amber Rudd,
recomendou aos numerosos hospitais e centros de saúde afetados no Reino Unido
que "não pagassem" o valor exigido pelos criminosos cibernéticos.
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