Veja
O relógio já marcava
15h30 e o presidente Michel Temer (PMDB) ainda
não havia aparecido — o pronunciamento havia
sido marcado para as 15 horas. A sala estava lotada de jornalistas e políticos
desconhecidos — o mais “famoso” era o deputado Marx Beltrão (PMDB-AL),
ex-ministro do Turismo, justamente um aliado do senador Renan Calheiros (PMDB-AL),
que tem atuado para sabotar o governo na votação da reforma trabalhista no
Senado.
Alguns minutos depois,
Temer entraria na sala à frente de um batalhão de parlamentares, boa parte do
baixo clero da Câmara, os mesmos com os quais ele conta para barrar a denúncia da Procuradoria-Geral da
República (PGR) por corrupção passiva. Para se converter em ação
penal no Supremo Tribunal Federal (STF), o processo precisa
do aval de 342 dos 513 deputados — tarefa quase impossível levando em conta que
o denunciado já presidiu três vezes a Câmara e comandou o PMDB por mais de 15
anos. Temer até aproveitou a ocasião para fazer uma graça: “Olha se eu fosse
presidente da Câmara dos Deputados, eu faria uma sessão porque temos quórum,
né? Depois, procurando demonstrar tranquilidade e leveza, como se não fosse o
primeiro presidente da história do país a ser denunciado no exercício do
mandato, disse estar “agradavelmente surpreso” com o apoio “extremamente
espontâneo” dos parlamentares.
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