Recife confirmou o primeiro caso de raiva humana em 19 anos, de acordo com Jurandir Almeida, gerente de Vigilância Ambiental e Controle de Zoonoses da Secretaria da Saúde de Recife. Adriana Vicente da Silva, de 36 anos, morreu na última quinta-feira, no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), mas o resultado do exame realizado pela Instituto Pasteur, de São Paulo, que confirmou a causa do óbito, foi divulgado somente nesta segunda-feira.
O laudo do exame mostrou que o vírus encontrado
em Adriana é de origem silvestre (cepa 3), proveniente de um morcego
hematófago (que se alimenta de sangue). Jurandir acredita que o gato que
transmitiu a doença para a mulher tenha entrado em contato com um morcego
contaminado.
“Há 12 anos não temos registro de raiva canina ou felina
[ciclo urbano]. Devido a aproximação da zona urbana e silvestre, casos assim
são raros, mas podem acontecer”, afirmou o gerente.
Antes mesmo da confirmação, após ser levantada a suspeita
de raiva, a Secretaria de Vigilância Ambiental de Recife iniciou as medidas
necessárias para evitar novos casos da doença. “Em um raio de 1 km da
residência da vítima nós iniciamos a vacinação de cães e gatos em cada
domicílio. Também instalamos postos de vacinação em um raio de 5 km do local e
iniciamos uma vistoria para capturar morcegos que estejam escondidos em
residências abandonadas, por exemplo, além de orientar a população sobre a
importância de vacinar os animais e notificar caso encontrem algum morcego, cão
ou gato com características alteradas”, diz Jurandir.
O caso
Adriana era dona de uma pet shop e havia sido agredida na
mama direita por um gato no dia 26 de abril. Na época, a mulher não procurou
nenhuma unidade de saúde para relatar o ocorrido e tomar as medidas de saúde
necessárias. Somente no dia 18 de junho, quando os sintomas começaram a se
desenvolver, ela foi internada no Hospital Agamenon Magalhães, localizado na
Zona Norte do Recife. Na última segunda-feira, devido ao agravamento do quadro,
ela foi transferida para o Huoc, onde faleceu.
Segundo Jurandir, o fato dela ter demorado para notificar
o acidente e procurar ajuda foi um agravante, tanto de seu estado de saúde
quanto do combate a novas transmissões.
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