O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), afirmou neste domingo que pedirá uma audiência com o presidente Michel Temer (PMDB) para cobrar “ações mais efetivas do governo federal em relação ao crime organizado e ao tráfico de drogas”.
Falando após reunião com entidades para tratar da chacina
que matou catorze pessoas em Fortaleza no último sábado, o
governador não confirmou que a responsabilidade pelo tiroteio foi de facções
criminosas, mas disse que o Ceará está “pagando um preço muito caro hoje por
falta de uma política nacional”.
“O tráfico e as facções começaram no Rio e em São Paulo e
se espalharam pelo Brasil inteiro. Isso é uma briga de território. É um negócio
ilícito que precisa ter toda uma ação integrada e o governo federal tem que
cumprir o seu papel, a sua responsabilidade”, afirmou.
O petista argumentou que não se produzem armas nem drogas
no estado e que, portanto, a questão está na fiscalização das fronteiras. “Nós
não produzimos armas pesadas no Brasil. Essas armas estão entrando no nosso
país. Nunca se apreenderam tantas armas como têm se apreendido no Ceará”.
Santana anunciou que já foram identificadas cinco pessoas
suspeitas de participar dos disparos, sendo três mandantes, e confirmou que um
homem, com um fuzil, foi preso. O governador disse que manteria em sigilo os
nomes e posições dos envolvidos para não comprometer as operações de prisão
que, espera, deem resultado em “poucas horas”.
Após a reunião, que serviu para iniciar os trabalhos de
uma força-tarefa envolvendo autoridades de diversos órgãos do sistema de
Justiça. O governador afirmou que a Polícia Federal antecipará a criação de um
grupo especializado para o combate ao crime organizado, que também será tema de
uma nova vara especializada do Tribunal de Justiça do Ceará.
De Veja.com
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