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Estadão Conteúdo – O presidente do movimento liberal Livres, Paulo Gontijo, disse nesta segunda-feira (22) que a agenda de defesa dos direitos humanos é historicamente liberal, e não uma “defesa de bandidos” como afirma o deputado federal Jair Bolsonaro. Há três semanas, o movimento anunciou a saída do PSL quando a legenda confirmou a chegada de Bolsonaro para ser o possível candidato à Presidência da República.
“Direitos humanos são uma construção historicamente
liberal. São uma defesa da liberdade de todos. São os direitos humanos que
defendem a casa de qualquer um de ser invadida, as arbitrariedades do Estado
contra o indivíduo. Achamos que é muito coerente defender isso. Não é uma
questão de enquadrar, como o Bolsonaro tenta, de defesa de bandidos. É defesa
das instituições do País. É defender todos os cidadãos do País”, afirma
Gontijo.
O líder afirmou que os conceitos de Bolsonaro são
“incompatíveis” com os princípios do Livres, tanto do ponto de vista econômico
quanto social.
“Não acreditamos que ele (Bolsonaro) de fato defenda
políticas econômicas liberais. Achamos que debaixo de uma tentativa de criar um
verniz de liberalismo, quando você desce um pouco da superfície, você vê o bom
e velho intervencionismo estatista dos anos 70”, disse.
Após romper com o PSL, o Livres anunciou nesta segunda
que ainda não vai apoiar pré-candidatos à presidência em 2018. O movimento tem
conversado com PPS, Rede, Podemos e Novo para articular trinta candidatos a
deputados federais e estaduais nas eleições deste ano.
O Livres sinalizou que deve se unir a outros partidos,
descartando somente o PSL e partidos de extrema esquerda, sem citar quais. “A relação
com o PSL é página virada”, disse o presidente interino.
A estratégia do movimento será formar uma associação sem
fins lucrativos, com CNPJ de São Paulo, para eleger pelo menos 14 integrantes
formados no RenovaBR, projeto mantido por empresários para preparar políticos
interessados em se candidatar.
“Não estamos usando nenhum partido como barriga de
aluguel. Temos compromissos fixos com esses partidos”, disse Gontijo. O grupo
agora buscará financiamento do setor privado e se pessoas físicas.
“Possivelmente, teremos candidatos em todos os Estados”
Três semanas depois de romper com o PSL, o movimento
lançou um manifesto declarando apoio à abolição do fundo partidário e
eleitoral, à desburocratização da criação de partidos e às candidaturas
independentes. O grupo lançou também a plataforma Mundo Livres, na qual
receberá interessados em filiação.
O Livres, um grupo que defende ideais liberais tanto na
economia quanto nos costumes – chegou ao partido de Luciano Bivar (PSL) em
janeiro de 2016 e se apresentava como “a renovação do PSL”. Integrantes do
movimento já controlavam 12 diretórios estaduais.
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