O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence passará a integrar a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para atuar nos recursos aos tribunais superiores.
O próprio ex-ministro confirmou que será “mais um dos
advogados” de Lula, a quem chamou de “um velho amigo”.
Ao sair da posse de Luiz Fux como presidente do Tribunal
Superior Eleitoral, Sepúlveda disse que ainda não conhece o processo, a não ser
pelo que foi publicado na imprensa, mas vai começar a analisá-lo agora.
Perguntado sobre o estilo da defesa de Lula até agora,
considerado agressivo e de confronto com o Judiciário, o ex-ministro do STF
lembrou que não trabalha assim. “Esse não é meu estilo”, disse.
Ainda assim, classificou a situação de Lula como uma
“perseguição jamais vista” no país. “Eu considero a maior perseguição. Eu
assisti muitas crises, desde Getúlio (Vargas, ex-presidente). Essa é maior
perseguição que já vi”, afirmou.
A decisão de incluir Sepúlveda na defesa do ex-presidente
acontece depois de pressão de setores do PT para que Lula trocasse seu atual
advogado, Cristiano Zanin Martins, por alguém mais experiente e com bom
trânsito nas cortes superiores, o que vinha acontecendo mesmo antes da decisão
do Tribunal Regional Eleitoral da 4a Região, que condenou Lula a 12 anos e um
mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
No entanto, Lula, que gosta de Zanin, resistia. Mas a
iminência de ter que ver o STF resolver se será ou não preso depois da
apreciação dos embargos de declaração pelo TRF-4, Lula concordou em reforçar
sua defesa.
Sepúlveda, amigo do ex-presidente, era a escolha natural
e já havia sido sondado anteriormente, mas não havia aceitado porque atuava na
defesa do ex-banqueiro André Esteves.
Aos 78 anos, Sepúlveda deixou o STF em 2007, depois de 18
anos na corte. Voltou a advogar em um escritório em Brasília comandando por seu
filho, Evandro, e é considerado um dos maiores criminalistas do país.
Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para
Presidência da República nas eleições de outubro, pode ficar inelegível por
conta de sua condenação em segunda instância.
Sepúlveda também já presidiu o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), corte que poderá analisar a questão da inelegibilidade de
Lula.
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