O último caso de poliomielite registrado em Pernambuco foi
em 1988, enquanto no Brasil foi no ano seguinte, em Souza, na Paraíba. Desde
então, apesar da circulação da doença em outros países, o Brasil se mantém
livre da enfermidade. Esse panorama, contudo, pode mudar se não for ampliada a
vacinação das crianças contra a enfermidade.
Em Pernambuco, no ano de 2017, foram vacinadas 82% das
crianças abaixo de 1 ano (118.860 meninos e meninas). Contudo, a meta mínima
nacional é de 95%. Dos 184 municípios pernambucanos, mais Fernando de Noronha,
63 atingiram a meta. Outros 5 estão com cobertura abaixo de 50%, o que, segundo
o Ministério da Saúde (MS), aumenta o risco de reintrodução da doença no país.
“Estamos há 20 anos sem registrar poliomielite em Pernambuco.
Contudo, sabemos da ocorrência da doença em países da África e do Oriente
Médio. Com o fluxo de turistas entre os países, existe a possibilidade de
reintrodução da pólio em território nacional, por isso a importância da
vacinação, que é gratuita e disponibilizada permanentemente nos postos de
saúde”, reforça a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da Secretaria
Estadual de Saúde (SES), Ana Catarina de Melo.
Além de lembrar aos pais e responsáveis da importância de
levar as crianças para serem vacinadas nos postos de saúde, a coordenadora do
Programa Estadual de Saúde também afirma que, sistematicamente, dialoga com os
municípios sobre as coberturas vacinais. “A diminuição no público vacinal
contra a poliomielite e também de outras vacinas é uma questão enfrentada em
todo o país. Por isso, fazemos o monitoramento constante e conversamos com os
municípios para saber quais estratégias podem ser utilizadas para reverter a
situação. Também relembramos aos gestores municiais que é essencial manter os
sistemas de informação atualizados, para não haver divergência entre a
realidade e os números apresentados", pondera. A coordenadora ainda
lembra que em agosto será realizada uma campanha nacional para proteger
crianças de 1 ano a menores de 5 anos contra a poliomielite e o sarampo.
A vacina contra a poliomielite é disponibilizada pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses, na forma
injetável, além dos 15 meses e 4 anos, da forma oral. “As crianças precisam
completar o esquema para estar imunizada. Os meninos e meninas vacinados com a
dose oral ainda produzem o que chamamos de ‘imunidade de rebanho’, já que eles
espalham no ambiente o vírus vacinal, o que ajuda numa imunização coletiva”,
frisa Ana Catarina.
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