Nas últimas 48 horas, foram registrados mais de 3 mil focos
de incêndio em todo o país. Quase 30% das ocorrências, de acordo com os dados
compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), estão
concentradas no estado do Pará, com 849 queimadas identificadas.
Coordenador do Programa de Monitoramento de Queimadas do
instituto, Alberto Setzer, lembra que a grande maioria dos incêndios tem origem
humana. “Eu diria que mais de 99%, sendo por acidente ou proposital. E essa
ação humana é proibida por lei”, disse. Segundo o pesquisador, apesar dos
números deste ano ainda estarem abaixo dos registrados em 2017, quando foi
registrada uma forte estiagem neste período, as ocorrências ainda são
alarmantes e as autoridades locais não conseguem coibir essas ações.
“Com certeza, novos
desmatamentos estão associados a estes incêndios e antigos desmatamentos também
para cobrir o entorno da vegetação, assim como o uso do fogo para preparar a
roça”, citou. Setzer lembrou que muitas propriedades na região recorrem à
queima da vegetação para criar uma camada de nutrientes para a plantação. “Mas,
a longo prazo, usando fogo todos os anos, o solo fica pobre e exausto”,
completou.
Amazônia
Durante todo o mês de agosto, o território paraense, que
historicamente é citado pelos números de desmatamento, teve 1.380 ocorrências
ante de mais de 5 mil em todo Brasil. Três cidades lideram o ranking de focos
de incêndios: Novo Progresso (340), Altamira (277) e São Félix do Xingu (236).
No mesmo mês, Mato Grosso registrou 790 focos e o Amazonas,
503. Os três estados têm a Amazônia como o bioma exclusivo ou parcial, no caso
do Mato Grosso. Pelos registros do Inpe, quase dois terços das queimadas
impactaram diretamente esse bioma, que predomina na maior parte do território
nacional (49,29%).
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