A economia pernambucana registrou crescimento acima da
média nacional no primeiro semestre de 2018, na comparação com igual período do
ano passado. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 1,1% no
período, o Estado cravou o dobro da taxa (2,2%). Os três setores da economia
apresentaram crescimento, mas o destaque foi a agropecuária, com taxa de 17,3%,
seguida pela indústria (3,1%) e serviços (1,2%). Os dados foram divulgados
ontem pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco
(Condepe/Fidem).
“Pernambuco tem reforçado a tendência de que está mais
preparado para se recuperar da crise do que o País. Apesar de ter enfrentado um
somatório de fatores como a recessão, os problemas climáticos e a
desmobilização em Suape, Pernambuco construiu as bases para ter uma economia
forte e se recuperar mais rápido. O governo fez o dever de casa, mantendo o
equilíbrio fiscal e dando continuidade a investimentos”, observa o presidente da
Condepe/Fidem, André Gustavo Carneiro Leão.
Embora a incerteza climática ainda persista, uma pequena
trégua na estiagem desde meados de 2017 permitiu a retomada do plantio de
lavouras temporárias, que foram praticamente dizimadas durante sete anos de
seca. A produção de milho, feijão e mandioca voltou a crescer, atingindo taxa
de 36,6% na primeira metade do ano, no confronto com igual intervalo de 2017.
As lavouras permanentes apresentaram avanço menor (4,6%), mas reforçaram a
performance do agronegócio. “A pecuária também vem se recuperando desde o ano
passado, mas nesse segmento ela se dá num ritmo mais lento”, afirma o diretor
de Estudos, Pesquisas e Estatística do Condepe/Fidem, Maurílio Lima, lembrando
que o crescimento foi de 2,4%, com o aumento da produção de ovos.
INDÚSTRIA
Apesar da taxa de crescimento da produção ter sido mais
expressiva na agropecuária, o setor representa apenas 3,9% da economia
pernambucana e tem uma influência menor sobre o PIB. As contribuições mais
relevantes vieram da indústria, que responde por 20% da atividade econômica e
apresentou taxa de crescimento de 3,1% na produção; e dos serviços, que
contribui com 76,1% do PIB e avançou 1,2% no primeiro semestre. A indústria
pernambucana vinha numa trajetória de queda desde 2016 e só iniciou uma
recuperação a partir do primeiro trimestre deste ano.
“A indústria de transformação deu uma contribuição
importante para o crescimento da atividade, com destaque para a fabricação de
automóveis (23,3%) e a produção dos estaleiros (7,4%)”, destaca Maurílio Lima.
No caso dos veículos, nem mesmo a paralisação dos caminhoneiros, que provocou
suspensão temporária da produção fez o setor deixar de crescer. A fabricação de
alimentos (2,9%) e a produção de bebidas (3,6%), que vinha registrando queda
nos últimos meses também voltaram a reagir. (JcOnline)
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