O ministro Marco Aurélio Mello, do Tribunal Superior
Eleitoral (STF), classificou neste domingo, 21, de “muito ruim” o
conteúdo de um vídeo, que circula nas redes, no qual o deputado
federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenciável Jair Bolsonaro
(PSL), diz que basta “um soldado e um cabo” para fechar o Supremo. Para o
magistrado, são “tempos estranhos” e o conteúdo da declaração denota que “não
se tem respeito pelas instituições pátrias”. “Vamos ver onde é que vamos
parar”, complementa.
A fala de Eduardo Bolsonaro se deu em resposta a
questionamento durante uma palestra antes do 1º turno, em 9 de julho, sobre a
possibilidade de seu pai ser impedido de assumir o Planalto caso fosse eleito
ainda na primeira fase da corrida presidencial. Na ocasião, Eduardo estava
dando uma palestra em Cascavel (PR) para alunos de um curso preparatório para o
concurso da Polícia Federal.
“Tempos estranhos, vamos ver onde é que vamos parar. É ruim
quando não se tem respeito pelas instituições pátrias, isso é muito ruim”,
disse o ministro Marco Aurélio Mello ao Brodcast Político. Questionado se
a declaração poderia evidenciar uma afronta à separação entre poderes, o
magistrado respondeu: “não sei, pois é o estágio da nossa democracia né. Vamos
aguardar as eleições para ver o que ocorrerá em 2019. É tempo de temperança,
importante é as instituições funcionarem”, complementou.
No vídeo, Eduardo Bolsonaro comenta uma eventual impugnação
da candidatura de Jair Bolsonaro, mas diz que o STF teria de “pagar para ver”,
caso tomasse tal decisão. “Aí eles vão ter que pagar para ver. Será eles que
vão ter essa força mesmo? O pessoal até brinca lá: se quiser fechar o STF sabe
o que você faz? Você não manda nem um Jipe, manda um soldado e um cabo. Não é
querendo desmerecer o soldado e o cabo. O que é o STF cara? Tira o poder da
caneta de um ministro do STF, o que ele é na rua?”, disse ele.
Após a repercussão negativa, o deputado federal
Eduardo Bolsonaro recuou, afirmando que nunca defendeu tal posição. “Se fui
infeliz e atingi alguém, tranquilamente peço desculpas e digo que não era a
minha intenção”, afirma em seu perfil das redes sociais. O deputado também
repetiu seu pai, que mais cedo afirmou a jornalistas que “se alguém falou em
fechar o STF precisa consultar um psiquiatra”. “De fato essa pessoa precisa de
um psiquiatra”, disse o parlamentar.
Fonte: Estadão
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