O presidente Nicolás Maduro afirmou nesta sexta-feira (8)
que seus adversários na Venezuela, com o auxílio dos Estados Unidos, são os
artífices da suposta crise humanitária, com o propósito de prejudicar a
soberania nacional e justificar a derrubada do governo.
"A soberania nacional está sob ameaça de ser
fragilizada com um show chamado operação humanitária pelo governo de Donald
Trump, que tem ameaçado uma invasão militar contra a Venezuela", afirmou
Maduro em entrevista coletiva no palácio de governo.
A declaração ocorre um dia após os primeiros caminhões com
ajuda humanitária terem chegado à cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta.
"A ajuda humanitária se converteu num show para justificar uma intervenção
no país", insistiu Maduro. Segundo ele, isso ocorre enquanto "nos
bloqueiam quase US$ 10 bilhões no mundo", em referência a sanções
americanas contra seu governo.
Ajuda humanitária
A oposição venezuelana tem prometido entregar a ajuda
humanitária, mas ainda não se sabe o mecanismo para conseguir isso, já que a
passagem fronteiriça foi bloqueada por militares. Não se sabe tampouco o
comportamento dos militares, principal base de apoio do governo de Maduro,
quando os opositores conseguirem entrar com carregamentos no território
venezuelano.
O deputado Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e
que em 23 de janeiro se declarou presidente interino do país, desafiando
Maduro, promoveu a iniciativa de receber ajuda internacional. Nesta
sexta-feira, ele qualificou como "miseráveis" as autoridades que não
permitem a entrada de ajuda. "Não é capricho, não é migalha, é
necessidade", afirmou ele durante ato com milhares de jovens na estatal
Universidad Central de Venezuela (UCV), em Caracas.
Também na capital, o Tribunal Supremo de Justiça,
controlado pelo governismo, declarou nula a lei que regeria a "transição
política", aprovada pela Assembleia Nacional, caso caia o governo Maduro.
A sentença afirma que a Assembleia Nacional cometeu "um assalto ao Estado
de Direito" e pretende realizar "uma ruptura na ordem
constitucional", pedindo ao Ministério Público que investigue supostos
crimes no comportamento dos deputados. Fonte: Associated Press. ( Estadão Conteúdo)
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