Oito dias após ter sido anunciada pelo ministro Ricardo
Vélez como secretária-executiva do Ministério da Educação,
cargo considerado o "número dois" dentro do MEC, Iolene Lima
informou, no início da madrugada desta sexta-feira (22), que não seguirá na
pasta.
Iolene fez o anúncio pelo Twitter, no início da madrugada.
“Diante de um quadro bastante confuso na pasta, mesmo sem convite prévio,
aceitei a nova função dentro do ministério. Novamente me coloquei à disposição
para trabalhar em prol de melhorias para o setor. No entanto, hoje, após uma
semana de espera, recebi a informação que não faço mais parte do grupo do MEC”,
postou Iolene.
Ela foi anunciada na Secretaria-Executiva do Ministério da
Educação na quinta-feira (14), pelo ministro Ricardo Vélez. Antes, Iolene
servia como secretária substituta da SEB, a Secretaria de Educação Básica do
MEC.
Essa era a segunda mudança no cargo. Até terça (12), o
secretário-executivo do MEC era Luiz Antônio Tozi. Ele foi demitido como último
ato de uma "reestruturação" promovida por Vélez, após uma série de
reuniões com o presidente Jair Bolsonaro. Além dele, outros seis diretores e
secretários de áreas do MEC foram demitidos.
Com a saída de Tozi, o nome de Rubens Barreto da Silva
chegou a ser anunciado por Vélez, também em rede social. A nomeação de Barreto
no cargo, no entanto, não chegou a ser publicada no "Diário Oficial da
União".
Crise no ministério
Conforme publicou o colunista do G1 Valdo
Cruz, há uma "guerra" interna no MEC provocada por
desentendimentos entre militares e seguidores do escritor Olavo de Carvalho.
Essa disputa ficou mais evidente depois de uma sequência de polêmicas
envolvendo atos do ministro da Educação, que acabaram sendo creditadas a um dos
grupos e levaram à reorganização de funções na pasta.
Resumo da crise
O desempenho do ministro Vélez foi criticado por falta de
resultados e por polêmicas como a do hino nacional, na
qual voltou atrás;
Ainda no carnaval, o ministro começou planejar mudanças,
alterando funções de funcionários;
O grupo reagiu, criticando a influência do
coronel-aviador Ricardo Roquetti junto ao ministro
Bolsonaro determinou que Vélez fizesse demissões;
Diante dos rumores de mudanças de cargo e da exoneração de
seus alunos, Olavo postou em uma rede social que eles deveriam deixar o
governo; ele chegou a afirmar que as trocas tinham como objetivo frear a
"Lava Jato da Educação";
Na sequência, o governo exonerou funcionários e
reafirmou que o compromisso de "apurar irregularidades" estava
mantido;
Na mesma edição do "DOU" que exonerou seis
funcionários, na tarde de segunda-feira (11), o governo havia nomeado Rubens
Barreto da Silva como secretário-executivo-adjunto; na terça (12) porém, ele
foi anunciado como o novo secretário-executivo, com a demissão de Luiz Antônio
Tozi;
No dia 14, porém, o ministro anunciou o nome de Ioelene
Lima para o cargo; Vélez não disse se Barreto ocupará outro cargo no
ministério. (G1)
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