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quinta-feira, 7 de março de 2019

Atuação do vice-presidente agrada aos partidos de oposição a Bolsonaro


Em contradição a algumas alegações de representantes do governo, o vice-presidente chegou a declarar, recentemente, que o aborto deve ser uma escolha pessoal da mulher e também defendeu a investigação e a punição dos comprometidos no caso que envolve o senador Flávio Bolsonaro (PSL). Também criticou o recuo do ministro da Justiça, Sérgio Moro, em relação ao convite à cientista política Ilona Szabó para a pasta. Além disso, o general comentou a decisão do ex-deputado Jean Wyllys de não assumir o terceiro mandato e se mudar do país ao afirmar que a ameaça a um parlamentar é um crime à democracia.

“Quem ameaça parlamentar está cometendo um crime contra a democracia. Nela, você tem sua opinião e a liberdade para expressá-la”, declarou, pelo Twitter, em janeiro. As falas de Mourão mencionadas em entrevistas e em outros momentos são exemplos que, se não agradam, ao menos chamam a atenção dos opositores.

“Não me iludo com Mourão, afinal, é um personagem que cultua personagens da ditadura militar, mas é preciso reconhecer que a presença dele no governo impede que Bolsonaro e integrantes da equipe ministerial possam cometer loucuras, como ações militarizadas na Venezuela”, disse o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). O discurso de Juliano Medeiros, presidente nacional do PSol, é semelhante ao do deputado petista. “Historicamente, ele representou posições muito conservadoras e não há nenhuma razão que nos levem a considerá-lo como um potencial aliado. Não alimentamos nenhuma ilusão com o Mourão”, afirmou.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSol-RJ) acredita que todo o governo fala muito e diz que é preciso cautela. “Diante das declarações do vice-presidente, nós, como oposição, não podemos perder o foco sobre o que interessa, que são as atitudes do governo que atingem a democracia”, reitera. Outros parlamentares da esquerda defendem estrategicamente que Mourão, em determinado momento, possa se tornar tão forte a ponto de substituir Bolsonaro. “É uma guerra de guerrilha, não deixa de ser um cenário futuro, provocaria um enfraquecimento da turma de Bolsonaro. Depois, o jogo recomeça em relação ao desgaste do atual vice”, disse um deputado que preferiu não se identificar. Por: Correio Braziliense

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