Uma semana após a ação do programa de Fiscalização
Preventiva Integrada da Bacia do São Francisco em Pernambuco (FPI/PE) encontrar
50 pessoas, dentre as quais 30 crianças, vivendo dentro de um lixão em
Floresta, as famílias começaram a ser realocadas para moradias dignas, nesta
quinta-feira (23). Onze pessoas foram transferidas para casas alugadas pela
prefeitura, após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o
Ministério Público de Pernambuco, que ainda determina prazo para saída dos demais
moradores e uma série de medidas para garantir os direitos básicos deles.
A catadora Josimara Maria da Silva, 22, e seu marido John
Lopes, juntamente com os filhos Isis, três anos, e Jonathan, de um ano, foram
os primeiros a experimentar uma vida diferente, longe da antiga área de
insalubridade. Agora eles estão morando em uma casa, com sala, dois quartos,
cozinha, banheiro e área de serviço, na Rua Manoel Vicente dos Santos, no
bairro DNE. “Eu vivia há 18 anos no lixão. Era uma casa de taipa, apenas um
cômodo e sem banheiro. Não tinha luz e a água era no balde. Agora eu vou ser
feliz. Aqui, tem tudo: água, energia, cama, filtro, prato”, descrevia Josimara,
sem conter o sorriso por tantas novidades.
Fabiana Viana da Silva, 18, também se mudou para um endereço
formal, acompanhada do filho Caio, de dois anos, e do marido Raí Dantas
Barbosa. Ela saiu do lixão, onde morava há cinco anos, levando apenas algumas
sacolas com roupas e pequenos objetos pessoais. Após recolher tudo que levaria
para a nova residência, ela – assim como as outras famílias realocadas nesta
quinta - assistiram à imediata demolição dos antigos casebres. “Eu vi minha
casa ser derrubada. Só não chorei porque sabia que ia ter uma vida nova. Agora
quero arrumar minha casa, minha geladeira, meu quarto. É a primeira vez que vou
dormir em uma cama”, contava Fabiana, enquanto velava o sono do pequeno Caio,
na cama recém-montada.
A Prefeitura de Floresta pagará o aluguel social para as
famílias por um ano. Afora o novo endereço, as famílias recebem a casa repleta
de mobília, eletrodomésticos e diversos utensílios. O material foi arrecadado
por meio de uma grande campanha realizada pelos integrantes da FPI, que reúne
mais de 20 entidades e órgãos públicos. Uma especial mobilização foi feita pela
Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas redes sociais, como forma de celebrar o
Dia do PRF e os 91 anos do órgão. Ao todo, foram angariados R$ 60 mil que
permitiram adquirir fogões, geladeiras, colchões, ventiladores, guarda-roupas,
mesas, cadeiras, panelas, filtros, lençóis, toalhas, kits de higiene, cestas
básicas e EPIs.
Para o promotor de Justiça e um dos coordenadores da FPI,
André Felipe Menezes, o programa e a celebração do TAC garantiram a efetiva
transformação de uma triste realidade em Floresta. “As famílias começaram a ser
realocadas do lixão para instalações dignas. A grande mobilização, encabeçada
pela PRF, assegurou que as casas sejam mobiliadas. Mas, nós queremos mais. A
assinatura desse TAC pela Prefeitura de Floresta traz a expectativa não só de moradias
dignas, como também da inclusão social e produtiva dos catadores, sendo
absorvidos no sistema de coleta seletiva da cidade”, destacou Menezes. Fonte: MPPE
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