JC Online
Com informações da Folha de S. Paulo
Após reunião de duas horas com o atual diretor do Instituto
de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, o ministro da Ciência e Tecnologia,
Marcos Pontes, decidiu exonerá-lo. A decisão se deu após o ministro do Meio
Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente da república Jair Bolsonaro declararem
que análises do Instituto sobre o aumento do desmatamento na floresta Amazônica
são sensacionalistas e exageradas. As informações são da Folha de S. Paulo.
Segundo Galvão, a motivação de sua saída foi porque seu
discurso em relação ao chefe do executivo gerou constrangimento. Galvão afirmou
que "ele [Bolsonaro] tem um comportamento como se estivesse em botequim.
Ou seja, ele fez acusações indevidas a pessoas do mais alto nível da ciência
brasileira, não estou dizendo só eu, mas muitas outras pessoas".
"Isso é uma piada de um garoto de 14 anos que não cabe a um presidente da
República fazer", disse o diretor do Inpe.
Pontes entende a decisão
Em entrevista na última semana, ele alegou, ainda, que até
poderia ser demitido, mas que o Instituto era suficientemente sólido para
resistir os ataques do governo. “Diante do fato, a maneira como eu me manifestei
com relação ao presidente, criou-se um constrangimento que é insustentável.
Então eu serei exonerado”, afirmou, nesta sexta, concordando com sua
substituição.
Galvão classifica Pontes como um ministro de ‘alta
capacidade técnica’. ‘Ele concorda inteiramente com os dados do Inpe, ele sabe
como são os dados do Inpe. Foi só uma questão simples de comunicação que houve
e que nós esperamos corrigir. Nós temos que aprender com os erros e temos que
corrigir no futuro”, disse. Ele afirmou ainda que a conversa com Pontes foi
“excelente” e “muito construtiva”, afirmou o presidente do Instituto.
Bolsonaro ameaçou demissão
Na última quinta (1º), Bolsonaro ameaçou, diretamente,
demitir Galvão. "Se quebrar a confiança, vai ser demitido sumariamente.
Perdeu a confiança, no meu entender, isso é uma pena capital", disse.
"Eu lamento que alguns tenham mandato, não sei se no caso dele tem mandato
ou não. A gente não pode tomar uma decisão mais drástica no tocante a isso,
porque o estrago é muito grande", afirmou.
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