Em novo desdobramento da crise aberta pelas críticas do
presidente Jair Bolsonaro a governadores do Nordeste, Flávio Dino (PCdoB), do
Maranhão, disse na terça-feira, 6, que Bolsonaro usa critérios pessoais e
ideológicos ao mirar a região e que, por isso, ele estaria violando o princípio
da impessoalidade previsto na Constituição. Para o ministro da Casa Civil, Onyx
Lorenzoni, porém, os governadores - a maioria de partidos da oposição -
"batem com vontade" no governo federal e as declarações de Bolsonaro
representam apenas uma reação a isso.
Alvo preferencial dos ataques de Bolsonaro, Dino afirmou
que o princípio da impessoalidade estaria sendo violado não apenas pelas
críticas dirigidas especificamente a governadores do Nordeste, mas também
quando o presidente manifesta o desejo de escolher o próprio filho Eduardo,
deputado federal pelo PSL de São Paulo, para ser embaixador nos EUA.
"Na medida em que ele tem dirigido palavras de tanta
agressão, inclusive palavras chulas contra um conjunto de governantes, fica
evidente que ele precisa consultar o artigo 37 da Constituição de um modo
geral, ler todo o artigo 37. Por exemplo é inadmissível que ele pretenda emitir
uma ordem a um ministro de não atender o Estado A ou B, ou que ele exija que o
nome dele conste da publicidade", disse ele.
Ao rebater também os novos ataques feitos por Bolsonaro em
entrevista publicadana terça pelo Jornal O Estado de S. Paulo, o governador do
Maranhão cobrou do sistema Judiciário ações para enquadrar o presidente no que
ele vê como limites da lei. "Temos um presidente da República que odeia o
pluralismo político".
Na entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Bolsonaro
disse que governadores da região Nordeste agem para "dividir o País",
enquanto ele trabalharia para unir. Por: AE
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