Reportagem do Estado de S. Paulo aponta que a
piora na situação da Oi nos últimos meses voltou a ser motivo de preocupação
para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O governo já foi alertado
que caso a situação da companhia não seja revertida, a agência poderá ser
obrigada a intervir. Existe um medo de que, em 2020, algumas regiões do país
fiquem sem os serviços de telefonia oferecidos pela empresa.
A Anatel já realizou duas reuniões com o objetivo de
discutir a situação. Executivos da empresa poderão ser chamados em Brasília
para falar sobre como pretendem manter a empresa. Uma das alternativas, caso o
desempenho da empresa não melhore a curto prazo, seria tirar da Oi a concessão
que a permite ofertar telefonia fixa em todos os estados do país, exceto São
Paulo.
Os serviços de telefonia móvel e de banda larga precisam de
autorização, a Anatel não pode interferir ou cassar o direito da empresa de
oferecê-los. A questão da Oi indica que a empresa poderá enfrentar dificuldades
para manter os serviços completos nos próximos anos.
A operadora está executando seu plano de recuperação
judicial, aprovado em 2017. A dívida acumulada pela empresa na época chegava a
R$ 65 bilhões. Em janeiro deste ano foi injetado R$ 4 bilhões na operadora
através de seus acionistas. O saldo em caixa chegou a R$ 7,5 bilhões, valor
considerado seguro para a Anatel. Porém, a empresa vem gastando mais dinheiro
do que consegue acumular.
Segundo a Oi, até junho, R$ 3,2 bilhões foram sacados com o
objetivo de pagar salários, bancar investimentos e outras despesas. Se o ritmo
continuar o mesmo, as operações da empresa se tornarão inviáveis até o ano que
vem. A Anatel avalia se haverá a necessidade da retirada da concessão. A
agência debate se, enquanto busca outra empresa para assumir a concessão, será
necessário intervir na empresa.
A tentativa seria de evitar que o dinheiro da Oi acabe
antes da chegada de uma nova operadora. O primeiro grande risco que o governo
quer evitar é o de que parte dos serviços de telefonia do país sofram um
apagão. O segundo é que a União precise arcar com os custos para manter a Oi
funcionando, medida que seria mal vista pela equipe econômica do governo
Bolsonaro. Por: Danielle Santana - Diario de Pernambuco.
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