O futuro dos mais de R$ 40 bilhões de subsídios creditícios
movimentados pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), do Centro-Oeste
(FCO) e do Nordeste (FNE) está no radar de mudanças do governo federal. Na
semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que esses fundos
podem entrar na proposta de novo pacto federativo - a ser discutida no
Congresso Nacional, deixando nas mãos da “classe política” a decisão sobre uma
possível desvinculação desses recursos, com possibilidade de gestão do dinheiro
por entidades privadas ou até mesmo o repasse direto a Estados e municípios do
montante que é usado para reduzir as desigualdades inter-regionais do País.
Para quem acompanha de perto os investimentos feitos a
partir dos fundos, sobretudo do FNE, no caso do Nordeste, uma mudança nessas
carteiras regidas pela Constituição inspiram uma série de cuidados para não
comprometer o já lento desenvolvimento econômico da região. “É um atrativo.
Funciona como um diferencial ter o FNE no modelo que se vê. Temos diversos
empresários de outras regiões que já chegam aqui vislumbrando as taxas
praticadas pelo FNE para conseguir crédito. Agora, por exemplo, vivemos um
momento de grande procura dos empreendimentos voltados à energia renovável, e
além das condições naturais do Nordeste, esse negócios migram para cá por conta
das taxas disponíveis”, diz a sócia da Consultoria Guimarães Ferreira, Ana
Luiza Ferreira.
Atuando há 28 anos no mercado, só a consultoria já
viabilizou mais de 1 mil negócios com uso de recursos do FNE, o que representa
investimentos acima dos R$ 7 bilhões em todo o Nordeste.
“Na nossa visão, o papel do FNE e do Banco do Nordeste é
efetivo para desenvolvimento da região. Agora, os fundos nas outras regiões não
têm tido tanto sucesso assim. Muitas vezes, esses recursos são alocados e nem
sempre dão a destinação determinada pela Constituição”, ressalta Ana, ao
destacar que repassado direto a Estados e municípios, os recursos correm risco
de ir do investimento a dinheiro para custeio de despesas. Por Jc Online.
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