O Brasil tem mostrado demora para reagir e evitar danos
causados por um petróleo ainda de origem misteriosa que atinge há mais de um
mês várias praias do Nordeste, afirmou hoje à Reuters o porta-voz do Greenpeace
para assuntos de clima e energia Thiago Almeida.
O cenário é "extremamente preocupante", disse
Almeida, já que o país se prepara para realizar três grandes leilões de áreas
exploratórias de petróleo em um mês e tem buscado meios de acelerar os
investimentos no setor, como uma forma de estimular a tão abalada economia
brasileira.
"Claramente a União não está preparada para responder
a um derramamento... É extremamente preocupante que é esse mesmo governo que
está leiloando mais de 2 mil blocos pelo Brasil todo", afirmou Almeida, em
uma entrevista por telefone.
Entre outubro e o início de novembro, o Brasil realizará
três leilões de áreas de petróleo e gás, sendo dois com foco em ativos no
pré-sal. Na próxima quinta-feira, está prevista a 16ª rodada de licitação de
áreas sob regime de concessão. Depois, o país realizará em 6 de novembro o
leilão do petróleo excedente da região da cessão onerosa. No dia seguinte, o
governo faz a 6ª rodada do pré-sal.
"O governo nem mesmo conseguiu identificar a origem e
encontrar os responsáveis, e a gente vê aí as manchas de óleo afetando animais
marinhos, praias, pessoas, turismo e a economia dessas regiões."
De acordo com mapa divulgado no domingo à noite pelo Ibama,
o óleo já se espalha pelas costas de Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do
Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, onde chegaram mais recentemente.
Procurado, o Ministério de Meio Ambiente não comentou o
assunto imediatamente. /Uol
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