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terça-feira, 8 de outubro de 2019

Às vésperas de leilões, petróleo em praias mostra despreparo do país, diz Greenpeace


O Brasil tem mostrado demora para reagir e evitar danos causados por um petróleo ainda de origem misteriosa que atinge há mais de um mês várias praias do Nordeste, afirmou hoje à Reuters o porta-voz do Greenpeace para assuntos de clima e energia Thiago Almeida.

O cenário é "extremamente preocupante", disse Almeida, já que o país se prepara para realizar três grandes leilões de áreas exploratórias de petróleo em um mês e tem buscado meios de acelerar os investimentos no setor, como uma forma de estimular a tão abalada economia brasileira.

"Claramente a União não está preparada para responder a um derramamento... É extremamente preocupante que é esse mesmo governo que está leiloando mais de 2 mil blocos pelo Brasil todo", afirmou Almeida, em uma entrevista por telefone.

Entre outubro e o início de novembro, o Brasil realizará três leilões de áreas de petróleo e gás, sendo dois com foco em ativos no pré-sal. Na próxima quinta-feira, está prevista a 16ª rodada de licitação de áreas sob regime de concessão. Depois, o país realizará em 6 de novembro o leilão do petróleo excedente da região da cessão onerosa. No dia seguinte, o governo faz a 6ª rodada do pré-sal.

"O governo nem mesmo conseguiu identificar a origem e encontrar os responsáveis, e a gente vê aí as manchas de óleo afetando animais marinhos, praias, pessoas, turismo e a economia dessas regiões."

De acordo com mapa divulgado no domingo à noite pelo Ibama, o óleo já se espalha pelas costas de Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, onde chegaram mais recentemente.

Procurado, o Ministério de Meio Ambiente não comentou o assunto imediatamente. /Uol

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