Do UOL, em São Paulo
Joice Hasselmann, um dos principais nomes que apoiaram a
candidatura de Jair Bolsonaro nas eleições do ano passado, perdeu ontem o posto
de líder do governo no Congresso.
A decisão do PSL se deu após a deputada se manifestar
favoravelmente à manutenção do delegado Waldir foi na liderança do partido na
Câmara.
Em entrevista ao "O Globo", Hasselmann explicou
que não quis "fazer o jogo" de Eduardo Bolsonaro, filho do
presidente.
"Eu já estava esperando que houvesse alguma
retaliação, porque eu não quis fazer o jogo que foi proposto pelo Eduardo
(Bolsonaro) e um grupo de deputados que que queriam implodir o partido. Até
porque isso acaba ferindo uma palavra que foi dada pela maioria do partido a
pedido do próprio Eduardo lá no começo do nosso mandato. Eu mesma fui contra
fazer um líder por lista, o Eduardo pediu, veio conversar e sugeriu o Waldir.
Para apaziguar, demos a palavra que durante esse ano ele seria o líder. Não dá
para mudar a palavra de acordo com os ventos".
Hasselmann aproveitou para criticar o próprio presidente
que, segundo ela, atuou diretamente no conflito.
"Não achei correto o uso da estrutura do Palácio e da
força do próprio presidente para interferir num outro poder, interferir no
Poder Legislativo, interferir na escolha direta de um líder, sendo este líder
seu filho. Até porque é uma briga absolutamente desproporcional", falou
ela ao veículo.
Ao ser questionada se há um sentimento de traição, a
deputada revelou que já esperava que isto poderia acontecer.
"Não me sinto traída, apesar de ser uma traição clara,
de quem trabalhou pelo governo, pelo presidente, de quem rodou esse país pela
reforma da Previdência. Então, é claro que é uma traição absolutamente clara.
Mas eu deixei também de forma muito franca que eu jamais seria a primeira a
trair. Mas eu sabia que cedo ou tarde eu seria traída, porque é o modus
operandi".
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