A Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados dos EUA
aprovou ontem, por 23 votos a 17, as duas acusações redigidas contra o
presidente Donald Trump - obstrução de Justiça e abuso de poder. Agora, os dois
artigos do impeachment serão levados para votação em plenário - e devem ter
aval da maioria democrata. A votação deve ocorrer na próxima semana.
A acusação precisa de uma maioria simples para ser
aprovada. No entanto, no Senado, controlado pelos republicanos, a destituição
do presidente precisa de maioria de dois terços para ser aprovada. O líder
republicana no Senado, Mitch McConnell, disse à Fox News, na quinta-feira, que
"não há nenhum risco de o presidente ser destituído".
"Farei o que quiserem. Olhem, não fiz nada de errado,
portanto, tanto faz curto ou longo", disse Trump a jornalistas,
respondendo à pergunta se preferia um julgamento político breve. "Toda
essa coisa de impeachment é uma farsa, uma fraude. Estes democratas estão sendo
ridículos", acrescentou o presidente.
Trump disse que o processo está sendo "muito
triste" para o país mas está sendo "muito bom" para ele, pois,
segundo assegurou, as pesquisas dispararam em seu favor.
Os democratas acusam o presidente republicano de ter
pressionado o governo da Ucrânia, ameaçando suspender a ajuda militar americana
para obter uma investigação sobre o democrata Joe Biden, seu principal rival na
eleição de 2020, e o filho dele, Hunter, que trabalhou em uma empresa
ucraniana.
Os democratas também acreditam que Trump tentou obstruir as
investigações, ao bloquear os esforços do Congresso, que tem o dever
constitucional de supervisionar as ações do Executivo.
Trump instruiu funcionários antigos e atuais de seu governo
a não deporem ou fornecerem documentos aos deputados, levando autoridades
graduadas, como o secretário de Estado, Mike Pompeo, a desafiarem intimações da
Câmara.
No fim da noite de quinta-feira, durante uma audiência de
várias horas da Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados, o presidente do
órgão, Jerry Nadler, adiou a votação prevista sobre as duas acusações do
impeachment, alegando que desejava dar tempo aos membros do comitê para
refletir sobre as provas apresentadas contra Trump. Por: AE
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