As ações
do governo na Cultura em 2019 tiveram duas tônicas -a censura voltou a
ameaçar a livre expressão de artistas subsidiados por verba pública, com
agressividade que não se via desde a redemocratização, e a indústria do
audiovisual, que vinha registrando crescimentos sucessivos e levava o cinema
nacional para os principais festivais do mundo, foi freada com paralisações e
cancelamentos de prêmios e patrocínios.
A extinção do Ministério da Cultura, definido no fim de 2018 e confirmado bem
no início deste ano, já dava sinais de uma revisão histórica. Representou o
ponto inicial de uma coleção de conflitos entre a classe artística e o governo.
Criado em 1985 pelo então presidente José Sarney, a
instituição foi transformada na Secretaria Especial da Cultura, subordinada à
pasta da Cidadania, sob comando do médico Osmar Terra. Em novembro, passou a
fazer parte do Ministério do Turismo.
Já entre as primeiras medidas para o setor, o presidente
Jair Bolsonaro questionou o patrocínio das empresas estatais à cultura. Reduziu
o montante de incentivos na Caixa Cultural, no Banco do Brasil e nos Correios.
O governo anunciou ainda que a fatia mais robusta, vinda da Petrobras, deixaria
de existir para ser realocada para programas de educação e produção
tecnológica. O corte provocou preocupação, sobretudo nas direções dos grandes
festivais de cinema.
O resultado da interrupção se consolidou no transcorrer de todo o ano, com a
redução significativa das programações do Festival do Rio e do Anima Mundi,
entre outros. Matéria completa na Folha de Pernambuco.
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