Se a economia brasileira continuar neste ritmo, vai demorar
uma década para o país recuperar o nível de emprego que havia antes da crise
que começou em 2013. Além disso, haverá mais empregos sem carteira assinada. É
o que afirma o diretor-técnico do Dieese (Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos), Clemente Ganz Lúcio.
"A reação do mercado de trabalho está sendo compatível
com o tamanho do crescimento. É uma retomada fraca, semelhante ao baixo
crescimento da economia, após uma grave recessão", disse o especialista em
mercado de trabalho do Dieese, que tem 700 entidades associadas entre
sindicatos, federações e confederações de trabalhadores.
Segundo ele, no momento está predominando a abertura de vagas
de emprego de "baixa qualidade", sem carteira assinada e com emprego
intermitente. O Brasil tem ainda 12,4 milhões de pessoas sem emprego, uma taxa
de 11,6%.
Para o diretor do Dieese, a abertura de vagas de emprego
que ele chama de baixa qualidade deve continuar. "Além da crise econômica,
o Brasil tem ainda a questão da reforma trabalhista, com flexibilização das
regras, que desprotegem o emprego. A tendência é então que você tenha postos de
trabalho mais frágeis, seja no mercado informal ou formal, com o trabalho
intermitente, a terceirização, a 'pejotização'", disse. Por João José Oliveira do UOL, em São Paulo.
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