Do UOL, em São Paulo
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, publicou um
vídeo nas redes sociais na tarde de hoje para responder aos candidatos sobre um
possível erro no cálculo das notas de corte do Sisu (Sistema de Seleção
Unificada). O ministro negou que haja equívocos e, sem apresentar provas nem
responder aos questionamentos, acusou os autores dos relatos de serem ligados a
um partido "radical de esquerda".
A expressão #erronosisu entrou nesta tarde para a lista de
temas mais comentados no Twitter no país. Segundo os relatos, o sistema estaria
permitindo a inclusão de candidatos nas duas opções de curso no Sisu, o que não
deveria acontecer, além de exibir duas notas de corte diferentes para quem
concorre a uma vaga com e sem bônus.
"Não está tendo problema e nem erro no sistema. Tem
muita gente maldosa, que tem interesse em fazer terrorismo, espalhando
mentira", disse Weintraub.
Estudantes ouvidos pelo UOL, no entanto, não se
classificaram como simpatizantes da esquerda e se disseram apenas preocupados
com a possibilidade de serem prejudicados na disputa por uma vaga no Sisu.
Segundo o ministro, os relatos estão sendo divulgados de
forma "maldosa", para "assustar" as pessoas. Ao lado dele,
um funcionário da Sesu (Secretaria de Educação Superior) do MEC também
minimizou a situação e disse que o boletim do candidato mostra as duas opções
escolhidas pelo candidato e a classificação do estudante em cada um deles.
Os estudantes ouvidos pela reportagem também dizem que esse
não é o comportamento normal do sistema. Para o cálculo das notas de corte nas
classificações parciais, o Sisu deve identificar se o candidato tem desempenho
suficiente para ser incluído na sua primeira opção —caso tenha, ele será
desconsiderado da segunda opção.
Enem na Justiça
O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) já responde a
pelo menos 18 ações na Justiça após o MEC assumir ter divulgado parte dos
resultados com erro. As notas foram liberadas na sexta (17), quando o ministro
Abraham Weintraub declarou ter realizado "o melhor Enem de todos os
tempos".
O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira), braço do MEC responsável pelo Enem, diz ter
corrigido o problema. Mas pelo menos dois estudantes conseguiram liminares para
que suas notas fossem novamente revisadas.
Na tarde de hoje, o MPF (Ministério Público Federal) pediu
à Justiça a suspensão do Sisu, do Prouni (Programa Universidade para Todos) e
do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) pelos erros no Enem —os três programas
usam as notas do exame. No vídeo publicado hoje, Weintraub não comentou o
pedido feito à Justiça pelo MPF.
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