Colaboração para o UOL, em Maceió
A presença de casos de coronavírus hoje está restrita a
poucas cidades do Brasil, mas a estimativa de autoridades brasileiras é que, em
breve, a covid-19 se espalhe pelo país. Longe dos grandes centros — que
concentram grande parte dos recursos e leitos —, os municípios pequenos e
pobres do Norte e do Nordeste se prepararam para o aumento da demanda de saúde,
mas temem que a falta de estrutura dificulte o tratamento dos casos mais graves
da doença.
Para tentar ampliar a assistência médica, o Ministério da
Saúde lançou edital emergencial para contratar 5,8 mil médicos em 1.864 cidades
de todo o país, além de 19 DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas). A
medida atende basicamente a municípios de extrema pobreza que estão
contemplados pelo programa Mais Médicos. Também estão prometidos recursos na
ordem R$ 5 bilhões para enfrentamento do vírus no país.
Só a atuação de médicos, porém, não resolve o problema.
"Apesar de a gente ter uma estrutura de atenção primária à saúde bem
funcional na maioria dos municípios, a nossa rede de saúde, na questão de média
e alta complexidade, é muito insuficiente", diz Januário Cunha Neto,
diretor das populações ribeirinhas e em situação de vulnerabilidade do Conasems
(Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) e secretário de Saúde de
Tapauá (AM).
Ele afirma que as secretarias de saúde têm debatido
diariamente os problemas da rede que devem ser enfrentados com o alastramento
do vírus Brasil a fora. "A gente precisa estar muito atenta a questões de
descentralização na questão do diagnóstico, na abertura de mais salas e mais
leitos de isolamento nos hospitais do interior", afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário