O jornalista Lauro Jardim informa, em sua coluna deste
domingo, que o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, será surpreendido pelas
investigações sobre fraudes em fundos de pensão, no âmbito da Operação
Greenfield. Segundo ele, as investigações avançam celeremente. Até agora,
Guedes foi blindado, mas o fundo Funcef, dos funcionários da Caixa Econômica
Federal, perdeu perdeu cerca de R$ 22 milhões em negócios com Guedes. Saiba
mais:
O Ministério Público Federal (MPF) avalia uma série de
documentos elaborados por fundos de pensão que apontam que o ministro da
Economia, Paulo Guedes, teria atuado como fiador de uma série de negócios
suspeitos de fraude com entidades de previdência patrocinadas por estatais por
meio de uma de suas empresas. Guedes é investigado em três inquéritos pela
suspeita de gestão temerária ou fraudulenta devido a captação e aplicação de
recursos da ordem de R$ 1 bilhão feita junto a sete fundos de pensão. Somente a
Funcef, fundo de previdência dos funcionários da Caixa, teria tido prejuízos de
R$ 22 milhões nas aplicações geridas por Guedes.
Segundo um dos relatórios, elaborado pela Funcef, a
suposta experiência da Guedes compensaria a falta de garantias e segurança dos
investimentos. Ali, o atual ministro é apontado como um elemento essencial no
controle e destinação dos recursos disponibilizados e que ele teria
participação ativa na elaboração de estratégias de investimentos e desinvestimentos.
Além de atuar junto ao Funcef, Guedes também atuou junto
aos fundos de pensão do Banco do Brasil(Previ), Petrobrás (Petros) e Correios
(Postalis). O montante de R$ 1 bilhão teria sido alocado nos fundos de
investimento em participações (FIPs) BR Educacional Gestora de Ativos e Brasil
de Governança Corporativa.
A BR Educacional e Brasil Governança Corporativa foram
criados pelo próprio Paulo Guedes e a suspeita investigada é que ele tenha
obtido ganhos excessivos enquanto os reais investidores, os fundos de pensão,
tenham tido prejuízos ou ganhos ínfimos.
Segundo as investigações do MPF, em 2009, a recém-criada
BR Educacional teria captado milhões apesar de não ter nenhuma experiência para
isso. Na ocasião, a empresa também havia recebido recentemente a autorização da
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar junto ao mercado financeiro.
A BR Educacional também é suspeita de ser uma
"empresa de prateleira", tendo sido criada em 2009 por um escritório
de advocacia especializado na venda de CNPJs. A empresa, contudo, teria captado
R$ 62,5 milhões sem ter patrimônio líquido, histórico de faturamento ou algum
tipo de garantia. Pouco depois, porém, a BR Educacional teria alterado seu nome
para FIP BR Educacional.
Guedes teria então atuado no conselho administrativo da
empresa, responsável por receber o dinheiro dos fundos e ao mesmo tempo teria
sido sócio majoritário da gestora responsável aplicação dos recursos, o que
caracterizaria um conflito de interesses.
Por meio de nota, a defesa de Guedes nega as
irregularidades investigadas e afirma "a legalidade e a correção de todos
os investimentos dos fundos que, diga-se de passagem, têm sido lucrativos aos
cotistas, incluindo os fundos de pensão". (Brasil247)
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