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quinta-feira, 30 de julho de 2020

CNBB fará reunião sobre carta em que bispos chamam Bolsonaro de incapaz


Segundo dados da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), 21 religiosos morreram em decorrência do novo coronavírus e 368 padres estão infectados no país. De acordo com o boletim divulgado ontem, o número é aproximado, pois nem todas as dioceses conseguiram encaminhar os números. Ainda no boletim, o número de bispos com diagnóstico positivo para covid-19 chega a 11. Destes, dois não sobreviveram — Dom Aldo Pagotto, da diocese Emérito da Paraíba; e Dom Henrique Soares da Costa, da diocese de Palmares, em Pernambuco.

A divulgação de que o número de padres e demais religiosos infectados por covid-19 no Brasil se aproxima dos 400 ocorre dias após o vazamento de uma carta assinada por 152 bispos e arcebispos brasileiros, com duras críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro. No texto, que foi a público no último domingo, os religiosos acusavam o governo de “omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres” no combate à pandemia e de “incapacidade e inabilidade para enfrentar a crise” instaurada no país.

A manifestação já é considerada por alguns religiosos como sendo uma das mais declarações políticas mais fortes da Igreja nos últimos anos. Como o clero brasileiro tem cerca de 470 bispos, a quantidade de apoiadores que teriam assinado o conteúdo chega a quase um terço e de todas as regiões do país. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se eximiu de qualquer responsabilidade com relação ao texto, intitulado “Carta ao Povo de Deus”, comunicando que a responsabilidade é dos signatários.

“Cada religioso pensa de maneira diferente. Algumas observações devem, sim, ser feitas. Mas tanto o governo federal não deve ver esse posicionamento só como uma crítica negativa, como os religiosos devem se atentar ao que pode ser construtivo. O momento pede união”, opina o padre José Adelson da Silva Rodrigues, da Arquidiocese de Natal, que reza para o fim da pandemia. Enquanto não é atendido, porém, aconselha: “Que tenhamos o cuidado necessário para colocar a vida em primeiro lugar”. (Correio Braziliense)

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