Os secretários de Educação de São Paulo, Pernambuco e
Espírito Santo defenderam nesta segunda-feira, 24, que o retorno das aulas
presenciais ocorra ainda neste ano, tendo em vista os prejuízos sociais,
emocionais e de aprendizado para crianças e adolescentes durante a pandemia
do novo coronavírus. Eles criticaram a população que se opõe à abertura
das escolas, mas que aprova a retomada de atividades em bares e shoppings, e a
falta de uma política nacional que planeje a retomada.
Para o Estado de São Paulo, o secretário de
Educação Rossieli Soares afirmou que o calendário de volta às aulas
com atividades não-obrigatórias em 8 de setembro e retomada das aulas
presenciais em outubro está mantido. Isso será possível para as regiões que
estiverem há pelo menos 28 dias na fase 3 (amarela) do plano estadual de
flexibilização da quarentena, que tem cinco fases.
Os secretários de Educação dos Estados de
Pernambuco, Fred Amancio, e do Espírito Santo, Vitor de Angelo, -
vice-presidentes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) das
regiões Nordeste e Sudeste, respectivamente - fizeram duras críticas à parcela
da população que, em pesquisas de opinião, se diz contrária ao retorno das
escolas, mas aprova a reabertura de bares, restaurantes e shoppings.
"Mesmo entre aqueles que não usaram máscara e não
mudaram a sua rotina, que demonstram não temer a pandemia, existe a percepção
de que a escola não deve voltar em dois meses. Isso significa que perdemos a
urgência da escola. A escola deve voltar quando as autoridades de saúde nos
instruírem a fazer, mas a escola é fundamental e voltar com ela é
urgente", afirma Vitor de Angelo.
Amancio informou que a data para volta às aulas ainda não
está definida no Estado, mas que não deve ultrapassar outubro, tendo em vista
os prejuízos para os estudantes.
"A educação é um processo e algumas atividades poderão
impactar na vida do aluno. O abandono escolar torna-se um problema permanente,
mas também há o abuso, os crimes, as drogas. Nas periferias, a maior parte dos
jovens não está mais em casa. Será que não estariam mais protegidos na escola?
Nosso protocolo prevê distanciamento, volta voluntária e que a gente tenha uma
quantidade pequena de alunos. A gente precisa começar a ponderar os riscos de
atrasar mais ainda esta volta e não dá para pensar em não voltar neste
ano."
As aulas vão seguir os mesmos moldes do período
pré-pandemia e que estratégias terão de ser adotadas para evitar a disseminação
do vírus nas unidades. A informação é do Estadão.
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