A Alemanha expressou pela 1ª vez ter dúvidas quanto a ratificação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. De acordo com o governo alemão, o desmatamento da Amazônia pode pôr em causa o apoio da chanceler Angela Merkel ao pacto entre os 2 blocos.
A dúvida surgiu depois da reunião entre a chanceler
Angela Merkel e ativistas do movimento Fridays for Future, de Greta
Thunberg, na 5ª feira (20.ago.2020). A líder do movimento na Alemanha, Lisa
Neubauer escreveu em seu perfil no Twitter que
“Merkel concordou com as críticas ao acordo do Mercosul e declara que
definitivamente não vai assiná-lo”.
Steffen Seibert, porta-voz da chanceler, não confirmou a
informação. Disse, no entanto, que Merkel tem “sérias dúvidas” sobre a
ratificação do acordo e citou o desmatamento na Amazônia como principal
preocupação do governo da Alemanha.
Para ser implementado, o acordo precisa ser ratificado
por todos os Estados-membros da União Europeia. Bélgica, França, Irlanda e
Luxemburgo já expressaram preocupação com o desmatamento na Amazônia e a
possibilidade da situação se intensificar caso o acordo seja
concretizado. Áustria e Holanda rejeitaram
o texto atual.
Seibert disse que a Alemanha tem grande preocupação com a
situação da Amazônia. “Surgem sérias dúvidas sobre se, no momento, uma
implementação do acordo pode ser garantida dentro do espírito pretendido. Vemos
isso com ceticismo”, falou.
As negociações sobre o tratado comercial estão em curso
desde 2000. Depois de concluída a fase de revisão jurídica, o texto está sendo
traduzido para as línguas oficiais da União Europeia.
O acordo busca reduzir de forma gradual ou eliminar tarifas e impostos entre os 2 blocos. Ao mesmo tempo, prevê harmonizar normas, como as do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, que se tornariam obrigatórias para todos os países do Mercosul. Por Poder 360.
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