Várias ONGs afirmaram, nessa sexta-feira (4), que os ataques do presidente Jair Bolsonaro, que acusou as organizações de serem um "câncer" para o país, buscam desviar a atenção das políticas públicas que "aceleram a destruição" da floresta amazônica.
Essa declaração “mostra o desprezo absoluto [de
Bolsonaro] pelas ações das ONGs”, bem como sua disposição de “esconder o fato
de que suas políticas anti-ambientais têm acelerado a destruição da floresta,
com consequências muito graves para a segurança daqueles que tentam
defendê-la”, escreveu a Human Rights Watch em nota.
O Greenpeace Brasil, por sua vez, denunciou o
"rompante autoritário [de Bolsonaro] onde a palavra 'matar' é
recorrente" e afirmou que, com sua fala "violenta e inaceitável",
o presidente "só demonstra que ele não está disposto a tomar qualquer tipo
de ação efetiva para evitar que a Amazônia seja destruída".
"Vocês sabem que as ONGs não têm vez comigo",
disse o presidente de extrema direita na quinta-feira em sua transmissão ao
vivo semanal no Facebook. "A gente bota para quebrar em cima desse pessoal
lá. Não consigo matar esse câncer em grande parte chamado ONG que tem na
Amazônia", acrescentou.
Bolsonaro se referia, entre outras coisas, a uma campanha
em inglês intitulada "defundbolsonaro.org", lançada na internet esta
semana por diversas ONGs. Elas pedem que qualquer investimento no Brasil
dependa de compromissos firmes com a preservação da floresta amazônica. A
campanha tem como slogan "Bolsonaro está queimando a Amazônia. De novo. De
que lado você está?".
Em junho, fundos de investimento que administram cerca de
4 trilhões de dólares ameaçaram virar as costas para o Brasil se o governo não
mudar sua política ambiental.
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