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sábado, 17 de outubro de 2020

Salles e Ibama decidem suspender compra de retardante de fogo sem licitação

Ibama e o Ministério do Meio Ambiente suspenderam o plano de comprar 20 mil litros de retardante de fogo, em regime de urgência e sem licitação, para lançar sobre áreas de queimadas do Pantanal, no Mato Grosso. O mesmo tipo de produto foi usado este mês na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Laudo técnico do próprio Ibama, de 2018, apontou que a aplicação desse produto exige cuidados, por possíveis riscos ao meio ambiente e à saúde humana.

Em resposta enviada nesta sexta-feira, 16, à Justiça Federal da 1ª Região, onde uma ação popular foi movida contra o Ibama, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a União, o governo de Goiás e a fabricante Rio Sagrado Industrial Química, o Ibama declarou que, no momento, o plano está suspenso. O plano previa compra imediata e entrega em, no máximo, 48 horas, no Mato Grosso.

No processo, o Ibama declara que “não há qualquer urgência no pedido deflagrado” pela ação judicial, porque a compra do produto “encontra-se temporariamente suspensa para melhor análise e avaliação da autarquia”. O órgão afirma ainda que foram pedidos “subsídios à área técnica” para “apresentar os elementos necessários ao convencimento deste juízo”.

O plano de adquirir o produto sem licitação foi revelado pelo Estadão na terça-feira, 13. A reportagem mostra que o Ibama já estava com uma minuta de contrato pronta, com todos os dados do fornecedora do produto, para comprar os 20 mil litros do retardante, ao preço de R$ 684 mil. Esse produto químico, que é misturado à água e lançado por aviões sobre a vegetação, tem a propriedade de aumentar a capacidade de retenção do fogo. (Estadão)

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