A Câmara aprovou, nesta quinta-feira (6), um projeto que altera a lei sobre alimentação escolar e retira prioridade de compra de alimentos produzidos por comunidades indígenas, quilombolas e assentamentos da reforma agrária por escolas. O texto também define percentual mínimo de recursos a serem gastos com compra de leite fluido (líquido) de laticínios locais.
Criticada pela oposição, por deputados ligados à educação
e de centro-direita, a proposta foi aprovada por 243 votos a favor e 177
contrários, de um total de 423 votos - foram três abstenções. Foram rejeitadas
propostas de mudança ao texto, que, agora, segue para o Senado.
O texto é de autoria do líder do PSL na Câmara, Vitor
Hugo (GO), e foi relatado pelo colega de partido Carlos Jordy (RJ). A proposta
altera as diretrizes da alimentação escolar e retira, em dispositivo sobre
apoio ao desenvolvimento sustentável, trecho que priorizava a aquisição de
gêneros alimentícios produzidos por comunidades tradicionais indígenas e remanescentes
de quilombos.
Com a mudança, o tratamento para a compra dos itens
alimentícios produzidos por esse grupo será o mesmo dado aos de agricultura
familiar e empreendedores familiares rurais.
O projeto também muda dispositivo que previa que, do total
de recursos repassados pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação) ao PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), no mínimo 30%
deveriam ser utilizados para compra de gêneros alimentícios, priorizando
assentamentos da reforma agrária, comunidades indígenas e quilombos.
O texto suprime a prioridade a esses grupos, dando o
mesmo tratamento à aquisição de gêneros alimentícios produzidos pela
agricultura familiar e pelo empreendedor familiar rural.
"É absurda a retirada de prioridades de compras de
comunidades indígenas e quilombolas, tentando, inclusive, contrapor essas
comunidades ao pequeno produtor, o que é inadmissível", criticou a líder
do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (RJ). "Sabemos bem a quem serve esse
projeto, aos grandes produtores.”

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